Deusa-Mãe
O período neolítico não conhecia deuses - vigorava o matriarcado, com a Deusa-Mãe. O conceito de
paterno inexistia e a moral, a ciência e a religião ocupavam a mesma esfera. Com a instituição do
patriarcado, o cálice foi derramado através da espada, relegando o elemento feminino. Com o fim
da era de Peixes, tipicamente masculina, o reinado feminino retorna em Aquário para resgatar Sofia,
o arquétipo da Sabedoria. Assim como o Taoísmo primitivo, todas as religiões ancestrais
visualizavam o Universo como uma generosa Mãe. Nada mais natural: não é do ventre delas que
saímos? De acordo com o mito universal da Criação, tudo teria saído dela.
Entre os egípcios, era chamada de Nuit, a Noite. "Eu sou o que é, o que será e o que foi. Para os
gregos era Gaia - Mãe de tudo, inclusive de Urano, o Céu. Entretanto, ela não era apenas fonte de
vida, como também senhora da morte. O culto a Grande- Mãe era a religião mais difundida nas
sociedades primitivas. Descobertas arqueológicas realizadas em sítios neolíticos testificam a
existência de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente
Médio, onde homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há
evidências de armas ou estruturas defensivas, onde se conclui que esta era uma sociedade pacífica.
Também não há representações, em sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas
representando a natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino.
Essas esculturas também foram encontradas em Creta, datadas de 2.000 a.C. Na sociedade cretense
as mulheres exerciam as mais diversas profissões, sendo desde sacerdotisas até chefes de navio.
Platão conta que nesta sociedade, a última matrifocal de que se tem notícia, toda a vida era
permeada por uma ardente fé na natureza, fonte de toda a criação e harmonia. Segundo
historiadores, a passagem para o patriarcado deu-se em várias esferas. Na velha Europa, a sociedade
que cultuava a Deusa foi vítima do ataque de poderosos guerreiros orientais - os kurgans. O Cálice
foi derrubado pelo poder da Espada. Outro fator decisivo para tal transformação foi o crescimento
da população, que levou as sociedades arcaicas à "domesticação da terra". Os homens tinham que
dominar a natureza, para obrigá-la a produzir o que queriam. Com a descoberta de que o sêmen do
homem é que fecunda a mulher(acreditava-se que esta gerasse filhos sozinha), estabeleceu-se o
culto ao falo, sendo este difundido pela Europa, Egito, Grécia e Ásia, atingindo o seu ápice na Índia.
Com o advento do monoteísmo, e patriarcado - e a conseqüente dominação da mulher - o culto ao
falo estabeleceu-se em definitivo. "O monoteísmo não é apenas uma religião, é uma relação de
poder. A crença numa única divindade cria uma hierarquia - de um Deus acima dos outros, do mais
forte sobre o mais fraco, do crente sobre o não-crente."
Jeová, Deus dos Hebreus, em cujos mandamentos assentam-se as raízes da nossa civilização
judaico-cristã - é o melhor exemplo do Deus patriarcal. Ele é um Deus guerreiro, que esmaga os
inimigos do seu povo eleito com toda a sua força poderosa, esperando em troca fidelidade e
obediência aos seus mandamentos. Ele trabalha com o medo. O mito de Lilith mostra bem essa
passagem do matriarcado para o patriarcado. Recusando-se a submeter-se à Adão, tentava igualdade
com ele. "Por que devo deitar-me sob ti?" - ela questiona, e é punida por Jeová, que envia um anjo
para expulsá-la do Paraíso. Blasfemando e criando asas, numa demonstração de liberdade, Lilith
abandona o Paraíso e voa para o Mar Vermelho, onde dá início a uma dinastia de demônios. Mas
Adão fica, e sente-se só. Jeová então cria Eva, a mulher, condenada eternamente à inferioridade.
Como enunciava Santo Agostinho, a mulher não era a imagem de Deus - apenas o homem era. Ela
era, no máximo, a imagem de uma costela. Embora a personagem do Deus cristão seja bem mais
suave do que seu antecessor - o Deus de Jesus é piedoso e compreensivo, enquanto Jeová distribui
medo e castigos, na opinião de muitos a totalidade feminina encontra-se cindida na mitologia cristã:
maternidade e sexualidade. A Virgem e Maria Madalena. Nos Evangelhos Apócrifos, Madalena é
tida como líder ativa no discipulado de Cristo. O Evangelho de Felipe relata a união do homem e da
mulher como símbolo de cura e paz, e estende-se ao relacionamento de Cristo e Madalena, a
companheira do Salvador.
Contrapondo-se à figura de Madalena, a Virgem está associada apenas ao lado maternal do
feminino, estático e protetor. Sempre retratada através da Virgem, de Madalena, Hera, Ísis, Deméter,
Atena, Diana, a Lua, a Natureza, Hécate, Afrodite, Lilith e tantas outras, a figura da Deusa vem
ressurgindo, cada vez mais e com mais força.
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