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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PRA QUEM TA COMEÇANDO A TRILHAR O CAMINHO AGORA

Para os iniciantes nos caminhos da Deusa eu recomendo os seguintes livros:
O LIVRO MÁGICO DA LUA de D.J CONWAY
WICCA CRENÇAS E PRATICA de GARY CANTRELL
MAGIA DOS SIMBOLOS de ANTONIO DE PROFIO
A MAGIA DAS VELAS de CERINA DUNWICH... ISSO PRA COMEÇAR!

ESBATHS

Esbaths



Esse calendário lunar que está abaixo são datas comemorativas de vários Países e Culturas. Como alguma desses Festivais são baseados em estações do ano e claro pela fase lunar, essas datas podem mudar dependendo do Hemisfério que você se encontra.

Todas as vezes que a Lua mudar de fase a Deusa estará nos abençoando e por isso devemos reverencia-la com ritos mágicos para que assim nos tornemos pontos magnéticos de suas vibrações e para que o ciclo de mudanças seja contínuo.

Em todas as épocas a fantasia humana foi arrebatada pela Lua, elemento constante nas religiões e na literatura. Depois do Sol, é o astro que mais influência exerceu sobre a organização da sociedade. Relacionadas a seus movimentos, surgiram duas importantes medidas de tempo: a semana e o mês.
A Lua é o único satélite natural da Terra, planeta que acompanha no deslocamento anual em torno do Sol. Seu diâmetro é de 3.476km e sua massa, de 7,343 x 1025g. A distância da Lua à Terra varia de 363.000 a 406.000km, o que equivale à média de 384.000km. É o único caso, em todo o sistema solar, em que um satélite tem massa superior a um por cento da massa do astro em torno do qual órbita.

Movimentos lunares.

A Lua, como a Terra, executa dois movimentos simultâneos. O primeiro é o de translação, pelo qual descreve uma órbita elíptica em torno da Terra. Os pontos máximos de aproximação e afastamento entre os dois corpos recebem, respectivamente, os nomes de perigeu e apogeu. A Lua completa essa órbita em 27 dias, 7 horas e 43 minutos. O segundo movimento, de rotação, se executa em igual intervalo de tempo e, por essa coincidência, a Lua tem sempre a mesma face voltada para a Terra. A rotação lunar é um movimento praticamente uniforme.

A órbita lunar é oblíqua em relação à elipse que a Terra descreve em torno do Sol, o que impede seu alinhamento exato com esse astro. O alinhamento Lua-Sol ocorre somente quando se cruzam ambas as órbitas de translação e provoca eclipses do Sol, em fase de lua nova, e da Lua, em fase de lua cheia. A excentricidade da órbita de translação faz com que a cada mês a face da Lua gire aproximadamente oito graus à direita e à esquerda da posição central. Essa oscilação aparente se denomina libração em longitude e é acompanhada de um movimento de libração em latitude, porque o plano do equador lunar forma um ângulo aproximado de 6°40' com o plano da órbita.
Com exceção da fase da lua nova, a superfície lunar é visível sempre que a atmosfera terrestre o permite. A velocidade de escape ou de liberação na Lua é de apenas 2,4km/s, o que permite a existência de uma atmosfera lunar consistente. Essa condição faz com que os gases liberados pela crosta do satélite se dirijam rapidamente para o vácuo.

A maior parte da matéria que chega à Lua proveniente do espaço interplanetário consiste de partículas da nuvem de pó cósmico que envolve a Terra. A superfície lunar está diretamente exposta aos raios X e ultravioleta procedentes do Sol, ao impacto de partículas solares e aos raios cósmicos. Essas radiações não afetam sua conformação, mas podem provocar alterações em suas propriedades ópticas. Em conseqüência, a Lua registra acontecimentos terrestres que remontam à história primitiva do sistema Terra-Lua, e por isso é depositária de valiosas informações sobre a natureza física de ambos os corpos.

Fases da Lua. Enquanto descreve sua órbita elíptica em torno da Terra, a Lua pode ser vista sob diferentes aparências denominadas fases. Estas existem porque o satélite, como corpo não-luminoso, reflete a luz solar com ângulos de incidência variáveis. Num momento dado, o Sol ilumina apenas a metade da superfície da Lua; a outra metade permanece escura e não pode refletir luz. No início do ciclo lunar, o satélite se encontra aproximadamente entre o Sol e a Terra e seu lado noturno se volta para o planeta; é a fase da lua nova. Ao prosseguir a Lua seu percurso, a porção iluminada alcança a metade do disco lunar, dando-se a fase de quarto crescente. Na terceira fase, conhecida como lua cheia, toda a face voltada para a Terra reflete a luz do Sol. A região iluminada se reduz gradualmente no quarto minguante, até o reinício do ciclo, com a lua nova.
Nas fases crescente e minguante, a borda do disco lunar se apresenta lisa, enquanto a linha que separa o hemisfério iluminado do hemisfério escuro tem aspecto rugoso e irregular. Esse efeito é provocado pela superfície montanhosa do satélite, onde os raios solares encontram picos e crateras antes de chegar às zonas de menor altitude. A linha divisória se apresenta na superfície lunar duas vezes em cada lunação: de nova a cheia denomina-se linha da manhã, e de cheia a nova, linha da noite. O mecanismo das fases da Lua foi descoberto no século VI, na Grécia antiga, por Tales de Mileto.
Em relação ao Sol, o ciclo lunar dá origem a um período sinódico (compreendido entre duas conjunções sucessivas do Sol e da Lua) de 29 dias, 12 horas e 44 minutos. Como a órbita lunar é excêntrica, a duração do mês sinódico não é constante e varia em cerca de 13 horas.
Observação da Lua. As primeiras teorias sobre a origem da Lua afirmavam que no início o satélite era parte da Terra, da qual se separou para constituir um corpo independente. Mais tarde, passou-se a supor que a origem da Lua foi semelhante à da Terra, por ação de forças internas e aproximadamente na mesma época, isto é, há quatro ou cinco bilhões de anos. O árabe Ibn al-Haytham, que viveu entre os anos de 965 e 1039, é considerado o precursor da observação da superfície lunar. Seu manuscrito Sobre a natureza das manchas visíveis na superfície da Lua foi encontrado em 1920 e traduzido para o alemão cinco anos mais tarde. A etapa moderna da astronomia teve início com Galileu, em 1609. Com o primeiro telescópio óptico da história, que ele mesmo inventou, conseguiu esboçar um mapa da superfície da Lua e tentou medir suas montanhas. Os resultados obtidos, embora não totalmente corretos, constituíram um importante avanço no conhecimento do satélite.

Outros notáveis progressos no traçado de mapas da Lua foram obtidos pelo polonês Johannes Hevelius, autor de uma Selenographia sive Lunae descriptio (1647; Selenografia ou descrição lunar) e pelo italiano Giovanni Battista Riccioli, que em Almagestum novum (1651) utilizou pela primeira vez o nome mar para designar as zonas escuras e uniformes da superfície do satélite. A elaboração de mapas, tendência predominante no estudo da Lua no século XVII, evoluiu no século seguinte com o astrônomo alemão Tobias Mayer, que incluiu no mapa lunar, além de um sistema de coordenadas equatoriais, a posição dos acidentes lunares corrigida dos efeitos da libração.
Antes das pesquisas espaciais, a maior conquista no estudo da Lua foi a utilização da fotografia. O primeiro Atlas fotográfico da Lua foi publicado entre os anos de 1896 e 1897 pelo astrônomo americano Edward Singleton Holden. Os constantes avanços tecnológicos, tanto no campo específico da astronomia quanto no da óptica, melhoraram as condições de observação e permitiram a formulação de teorias sobre a origem do satélite. Vale mencionar, por exemplo, a do britânico Sir George Howard Darwin, segundo a qual a Lua era parte da Terra, da qual teria se desprendido. Na década de 1930, as observações de Sir Harold Jeffreys invalidaram essa teoria. Mais tarde, nos anos 1950, generalizou-se a hipótese segundo a qual a Lua era um corpo autônomo do sistema solar que foi preso à órbita terrestre pela atração da gravidade.

No início da era espacial, um dos primeiros objetivos fixados pelos cientistas foi a abordagem da Lua por meio de naves. Nos 12 anos que separaram o lançamento do primeiro foguete, que pôs em órbita um satélite artificial da Terra, o Sputnik 1, até 20 de julho de 1969, quando os astronautas americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram a superfície lunar na expedição Apolo 11, foram executados diversos projetos espaciais que tiveram a Lua como objeto. Os foguetes Lunik 2 e 3 colocaram um satélite artificial na órbita da Lua e fotografaram sua face oculta, colhendo informações da maior importância sobre sua natureza. Posteriormente, em novas missões tripuladas ou não, procedeu-se à coleta de amostras da superfície lunar e a sua análise sistemática, que mostrou a presença de quase todos os elementos químicos existentes na Terra, em especial oxigênio, silício, magnésio, cálcio e ferro.

Orografia da Lua. A superfície lunar apresenta três tipos de acidentes geográficos: mares, ou zonas escuras e côncavas, que refletem uma pequena parte da luz solar e, embora pareçam planos, são em geral formados por camadas de lava; mesetas, ou superfícies planas, extensas e ligeiramente elevadas; e zonas cobertas por erupções, de tal modo que a superfície original, formada por mesetas ou mares, é de difícil identificação. Os três tipos de acidentes exibem crateras provocadas por impacto.
Os principais mares integram um complexo no qual se destacam o Mare imbrium, ou mar das Chuvas; o Oceanus procellarum, ou mar das Tormentas; o Mare serenitatis, ou mar da Serenidade; o Mare nubium, ou mar das Nuvens, e o Mare tranquilitatis, ou mar da Tranqüilidade.
Entre as montanhas, as mais importantes são os Apeninos, os Alpes, o Cáucaso e os Haemus. Os montes Leibniz dificilmente podem ser observados da superfície terrestre. A altura das montanhas é determinada pela projeção de sua sombra. Quanto às crateras, supõe-se que foram provocadas por processos vulcânicos ou por choques de meteoritos. Entre as mais importantes estão as crateras de Ptolomeu, de solo plano, e de Eratóstenes, ao fundo da qual existe um grupo de montanhas.
Marés. O nível das águas dos oceanos e mares da Terra se modifica em função da situação da Lua no firmamento. A origem do fenômeno é a atração gravitacional que a Lua exerce sobre as águas, de maneira que, quando o satélite se encontra no ponto de maior altura na abóbada celeste, atrai os oceanos e provoca a maré alta ou preamar; quando se encontra no horizonte, dá-se a situação contrária e as águas se afastam do litoral, o que caracteriza a maré baixa. As marés desempenham importante papel na vida dos organismos vivos que habitam áreas litorâneas, onde seu habitat se apresenta seco ou coberto de água por períodos regulares de tempo.

A Lua para nós bruxos é muito mais que um corpo celeste, e sim uma personificação da Deusa.
A lua crescente representa a virgem, a cheia a mãe e a minguante a anciã. É importante que você realize esses feitiços e rituais na fase certa. Realizar feitiços na fase de lua errada pode não dar certo, ou trazer resultados errados.

O ciclo da Lua é de 28 dias e meio, da Lua Cheia até a Lua Nova.

As fases da Lua são de máxima importância. Elas situam os momentos ideais para determinadas atividades mágicas:

Lua Crescente: É a fase ideal para realizar rituais e sortilégios com o intuito de aumentar e fazer crescer algo seja amor, dinheiro, amizade, intelecto, etc... É a melhor época para iniciar todo tipo de negócio e esclarecer os maus entendidos. A lua crescente atrai, expande, fortalece e aumenta as grandes possibilidades, é uma das fases mais positivas, pois todos os rituais realizados nesta fase lunar tendem a apresentar resultados satisfatórios e imediatos. O aspecto da Deusa a ser invocado na fase crescente é a da Virgem cujo nome é Rhianon. Ideal para magias de prosperidade e crescimento espiritual. Propícia para iniciar projetos e abrir novos negócios. Indicada para feitiços de atração, para trazer mudanças positivas, feitiços de amor, boa sorte, crescimento, desejo sexual. É o tempo de novos começos, concretizar idéias, invocações. Nesse momento a Lua representa a Deusa em seu aspecto de Virgem, como: Epona, Ártemis e outras deusas virgens.

Lua Cheia: É a fase ideal para realizar rituais e sortilégios com o intuito de aguçar a intuição aumentar a percepção extra-sensorial e favorecer as relações sociais. É a melhor fase para consagrar os instrumentos 1mágicos, pois a medida que a lua enche o instrumento consagrado se enche de força e poder. É a fase mais importante para os ritos da bruxaria, mas tome cuidado ao agir nesta fase porque ela estimula as brigas e confusões, portanto se estiver indeciso não haja na lua cheia, acalme-se e espere o melhor momento de decidir. O aspecto da Deusa a ser invocado na fase cheia é a da Mãe cujo nome é Brigit. Perfeita para qualquer atividade mágica, sobretudo para magias de amor, paixão e poder. Época propícia para feitiços de transformações, aumento da habilidade psíquica, feitiços de fertilidade e invocação a Deusas Lunares. É o tempo de força, amor e poder. Neste momento a lua representa o aspecto da Deusa Mãe, como Cerridwen, Ísis, ou outras deusas com o aspecto de mãe.

Lua Minguante: Esta fase é dedicada aos trabalhos de Magia Negra e invocações maléficas, na lua nova todos os bruxos que usam necessariamente a magia positiva não trabalham ritualisticamente já que a Wicca é uma filosofia mágico-espirítual que não invoca nem trabalha com as energias involutivas por isso aguarde o período crescente da lua para dar continuidade aos seus ritos de magia. A Deusa a ser invocada nesta fase é Morgana a Rainha das Bruxas. É a fase ideal para se realizar rituais e sortilégios com o intuito de afastar os feitiços, maldições e doenças, esta fase evoca os poderes negativos, a magia que destrói as chances e possibilidades, portanto realize ritos na lua minguante que tenham a finalidade de expulsar doenças e a magia negativa que por ventura tenham sido enviadas contra você. O aspecto da Deusa a ser invocado na fase minguante é o da Anciã cujo nome é Ceridwen. Ideal para meditação e magia contemplativa. Época propícia para ritualizar os términos, expulsar energias negativas e encerrar etapas. Época para acabar com maus hábitos e vícios ruins, e terminar relacionamentos ruins. É o tempo de profunda intuição e adivinhação. Neste momento lua representa a Deusa em seu aspecto de anciã, como Ceridwen.

Lua Nova: Tempo de reflexão, conhecida como Lilith, a Lua Negra. Nesta fase não deve ser feito nenhum tipo de magia. Ligada á magias maléficas. Os bruxos não costumam fazer trabalhos mágicos nesse período, pois não trabalhamos com energias que não sejam evolutivas. Espere a próxima fase para realizar seu trabalho mágico. A lua neste momento representa a Deusa Hécate, Morgana e outras deusas com esse aspecto.


A Lua do Lobo (Janeiro)

A Lua dos Antepassados - O contato com os antepassados é parte essencial na vida de um bruxo. Amorosos e sempre prontos a nos ajudar, nossos ancestrais mortos se dispõe a atender a nossos pedidos e nos dão força nos momentos difíceis. O primeiro passo para você assegurar a comunicação com seus antepassados que habitam outros planos é lembra-se deles - mesmo daqueles que nunca conheceu. Assim, dedique o mês de janeiro às recordações. Pense nas crianças que morreram antes de se tornar adultas ou menos antes de nascer. Folheie antigos álbuns de família, olhe os retratos dos parentes que já fizeram a viagem para os planos espirituais. Relembre também os amigos que se perderam nessa caminhada.

Para homenagear esses mortos queridos, coloque lugares extras à mesa, como se eles fossem seus convidados. Prepare e coma deliciosos doces e chocolates em memória das crianças e faça alguns dos pratos favoritos dessas pessoas falecidas. E nunca pense nos seus mortos com tristeza, pois se eles perceberem que você está triste também ficarão infelizes. Numa noite de Lua Cheia desse mês, encha uma vasilha de vidro com água e jogue uma pequena pedra dentro dela. Observe atentamente a água e concentre-se. Depois de algum tempo de meditação, você receberá uma mensagem, que poderá vir na forma de um pensamento ou mesmo pelo som de uma voz distante . Não tenha medo: é um antepassado se comunicando com você.

1° de Janeiro - Celebração das Sete Divindades da Sorte na Japão e da Deusa Fortuna em Roma
2 de janeiro - Nascimento da Deusa Inanna na Antiga Suméria

5-6 de janeiro - Ritual Noturno em honra de Kore; celebrado no Koreion, Alexandria. O quinto dia do primeiro mês marcava o nascimento do deus chinês da riquesa, Tsai Shen ou T`sai-Shen

6 de janeiro - Dia Celta da Deusa Tríplice: Donzela, Mãe, Anciã.

10 de Janeiro - Dia de Freya, a Deusa Mãe Nórtica.

12 de janeiro - Besant Pachami, ou Dawat Puja, o Festival de Sarasvati na Índia; ou na Lua Crescente mais próxima. Em Roma, a Compitália, para celebrar os lares, ou deuses dos lares.
18 de janeiro - Teogamia de Hera, festival feminino celebrado todos os aspectos da Deusa

20 de janeiro - Na Bulgária, Baba De, ou Dia da Avó, em honra da deusa Baba Den, ou Bada Yaga, Na China, dia do Deus da Cozinha.

24 de janeiro - Na Hungria, a Bênção da Vela das Mulheres Alegres, cerimônia de purificação honrando a deusa do fogo

27 de janeiro - Paganalia, dia da Mãe Terra em Roma A Lua Cheia de Janeiro honrava Ch'ang-O, a deusa chinesa dos quartos de dormir e protetora das crianças.O Ano na China começa no primeiro dia de Lua Crescente com o Sol em Aquário. Isto ocorre no período que vai de 21 de Janeiro a no máximo 19 de fevereiro.



Lua de Gelo (Fevereiro)

A Lua da Busca do Conhecimento - Em sua grande maioria, os bruxos do passado foram pessoas do povo, que não tiveram acesso a uma educação formal, mas contaram com os benefícios de uma sabedoria ancestral e uma intuição aguçadíssima. Hoje, que podemos nos aventurar pelas sendas dos conhecimentos antes reservados aos homens ou à elite, temos o dever de aproveitar essa oportunidade para aprimorar nossa cultura. Em fevereiro, a Lua da Busca do Conhecimento favorece o estudo. É o momento de você ler e adquirir novas informações, ampliando seus horizontes. É assim que você vai cumprir um dever para com seus antepassados bruxos, que sofreram por não poderem penetrar num mundo praticamente exclusivo dos homens ou da elite da época.
Em todas as noites de fevereiro, prepare um chá com folhas frescas de Artemísia (de preferência, plantadas e colhidas por você mesmo), erva que estimula o intelecto e favorece o aprendizado. Enquanto saboreia o chá, dedique-se à leitura ou ao estudo. Dê preferência às obras de filosofia, aos poemas e aos clássicos da literatura. Mesmo que, no começo, o desafio pareça grande demais, insista. Invoque a poderosa deusa Atena, senhora do conhecimento, para que ela ajude você nesse aprendizado. Aos poucos, sua mente se tornará mais ágil e você começará a aprender com muito mais facilidade. Se você necessita de um estudo mais específico, orientado para um objetivo determinado - algo ligado ao seu trabalho, por exemplo , aproveite o mês de fevereiro para colocar esse projeto em prática e mergulhar nos livros.

1-3 de fevereiro - Os Mistérios Elusianos Menores na Grécia Antiga; uma celebração da Filha que Retorna: Deméter e Perséfone, Ceres e Prosérpina.

7 de fevereiro - Dia de Selene e outras deusas da Lua.

9 de fevereiro - A Procissão de Chingay, o Ano Novo de Singapura, o qual é uma celebração a Kuan Yin e a promessa de primavera vindoura.

12 de fevereiro - Festival de Diana, Divina Caçadora (a grega Ártemis) em Roma
13-18 de fevereiro - Em Roma, a Parentália e a Ferália, um festival de purificação em honra às Deusas Mania e Vesta; devotas aos ancestrais, à paz e ao amor.

14-15 de fevereiro - Em Roma, a Lupercia, quando as mulheres pediam a Juno-Lúpia por filhos. Também honravam o deus Fauno, um aspecto de Pã.

14-21 de fevereiro - Festival do Amor de Afrodite, em Roma.

17 de fevereiro - Fornacália, ou festa dos Fornos, em Roma

20 de fevereiro - em Roma, o dia de Tácita (a deusa silenciosa), que protege contra calúnias.
21 de fevereiro - Festival das Lanternas na China e em Taiwan. Também é uma celebração a Kuan Yin; Lua Cheia.

22 de fevereiro - em Roma, a Carista, um dia de paz e harmonias em família



Lua de Tempestade (Março)

A Lua do Olho Interior - O dom de enxergar além das aparências é inerente a todos os bruxos. Em março, na Lua do Olho Interior, você poderá trabalhar sua capacidade de enxergar as verdades que estão ocultas. Para que essa sensibilidade se manifeste, porém , você precisará aperfeiçoar sua relação com o mundo. Diariamente, exercite esse dom de "observar" o universo:

1. Ao acordar, dirija-se à janela e olhe o dia. Perceba como está o tempo. Chove? Faz Sol? Olhe bem para o céu.

2. Ao tomar o café da manhã, "sinta" o sabor dos alimentos. Comente com os outros o que você está sentindo.
3. Ao sair de casa, observe atentamente o caminho, parando sempre que alguma coisa chamar sua atenção.
4. Cumprimente gentilmente todas as pessoas que passarem por você, mesmo aquelas a quem não conhece.
5. Ao encontrar um amigo, converse com ele e diga o quanto está feliz por vê-lo.

6. Dê atenção a todos animal que encontrar.

7. Ao entardecer, suspenda suas atividades e observe o dia que termina. Perceba as cores, os sons, os cheiros, os movimentos da natureza.

8. Ao jantar, converse com os outros sobre os acontecimentos do dia e agradeça pelo alimento que agora você come.

9. Antes de dormir, "converse" com a noite e diga-lhe que você deseja ampliar sua visão interior.


1° de março - Matronália em Roma e na Grécia; um festival de Hera e Juno Lucina. Entre os Celtas, o Festival de Rhinnon

4 de março - Na Grécia, Antestéria, o festival das flores; dedicado a Flora e Hécade.

5 de março - Celebração de Ísis como a protetora dos navegantes, barcos, pesca e da jornada final da vida.

14 de março - Diásia, para proteger-se da pobreza, na Grécia.

17 de março - Festival de Astarde em Canaã. Em Roma, a Liberália, o festival feminino da liberdade.

18 de março - Dia de Sheelah a Irlanda, em honra a Sheelah-na-Gig, a deusa de fertilidade.
19-23 de março - O panateneu Menor na Grécia, m honra a Atena.

20 março - No Egito, o festival da colheita de Primavera, honrando a Ísis.

21 de março - Equinócio de Primavera. Festival de Kore e Deméter na Grécia. Durante quatro dias,

após o equinócio, Minerva era homenageada em Roma.

22-27 de março - Hilária, festivais em honra a Cibele, na Grécia.

23 de março - Quinquátria, o nascimento de Atena/Minerva em Roma.

29 de março - Delfínia, ou Ártemis Soteira, festival de Ártemis na Grécia Expulsão dos maus demônios no Tibete.

30 de março - Festival de Eostre, a deusa germânicada Primavera, renascimento, fertilidade, e da Lua.
31 de março - Festival romano de Luna, a deusa da Lua.

Na Lua Cheia temos o festival do Barco Dragão na China.



Lua do Crescimento (Abril)



A Lua das Vozes do Mundo - Agora que você já começou a desenvolver a sua sensibilidade e o dom de enxergar além das aparências, chegou o momento de aprender a lidar com as informações recebidas por meio da intuição. É a hora de ouvir as "vozes do mundo". Esse processo pode ser um pouco doloroso, pois nem sempre ouvimos aquilo que nos agrada. Mas a verdadeira sabedoria está em lidar serenamente com as adversidades que se apresentam, com plena consciência de que elas vão ser superadas no momento certo.

Para entrar em sintonia com essa Lua, trabalhe sua tranqüilidade interior. Ao longo de todo mês consuma chás, verduras e temperos calmantes, à base de melissa, erva-cidreira, camomila, manjericão, alface ou folhas de maracujá. E abra seu coração para este momento, sem qualquer temor: aprendemos com as dificuldades, quando se manifestam coisas boas, sentimos uma deliciosa felicidade.
1° de abril - Festival de Kali na Índia, Fortuna Virilis de Vênus em Roma, Dia de Hathor no Egito.
4 de abril - A Megalésia de Cibele, ou Magna Mater, na Frígia e em Roma, celebrando a chegada de deusa seu templo romano. Festival de sete dias.

5 de abril - Festival da Boa Sorte em Roma; a deusa Fortuna.

8 de abril - Hana Matsuri, ou Festival das Flores, no Japão; honra aos ancestrais e decoração dos santuários. A Mounichia de Ártemis na Grécia; um dia para os bolos da Lua.

11 de abril - Na Armênia, dia de Anahit, deusa do amor e da Lua.

12-19 de abril - Cereália, ou retorno de Perséfone, em Roma, honrando a Ceres e a sua filha.

15 de abril - Festival de Bast no Egito

22 de abril - Festival de Ishtar na Babilônia.

28 de abril-3 de maio - O festival de três dias de Flora e Vênus, ou a Florália, em Roma; deusa de sexualidade e das flores de Primavera.

O quinto dia da Lua Crescente é o festival da Artemísia na China. Na China, a Lua Cheia é também conhecida como Lua Pestilenta; Chung K'uei, o grande caçador espiritual de demônios, é homenageado.



Lua da Lebre (Maio)

A Lua de Contar Histórias - O conhecimento dos bruxos é transmitido oralmente. Um bruxo passa para o outro aquilo que ele sabe, sem necessidade de "aulas" ou qualquer sistema formal de ensino. A arte de contar histórias é um dom que deve ser exercitado durante a Lua de maio.

Nessa época, escolha uma pessoa de quem você gosta para ensinar a ela tudo o que você sabe. Mesmo que ainda esteja dando seus primeiros passos na feitiçaria, você perceberá que tem muito conhecimentos valiosos. Não se trata de ensinar simpatias ou encantamentos. Vale passar as receitas dos pratos que você sabe preparar melhor, ensinar a fazer um bordado, dar uma explicação sobre matemática. Mas o mais importante, nessa Lua, é passar adiante as histórias de família. Sabe aquelas coisas que ouvimos sobre nossos ancestrais, os casos de avós e tios? Tudo isso tem um poder muito grande. Conte essas histórias para as crianças da sua família, para que elas também conheçam o passado que pertence a todos. Ler as histórias de bruxos antigos e contá-las aos outros é uma boa opção, pois a tradição diz que, enquanto os bruxos forem lembrados, eles serão imortais. Durante esse mês, peça para a Mãe Lua brindar você com o dom da palavra e da sabedoria. E não esqueça de ouvir as valiosas lições que as pessoas mais velhas têm para ensinar.

1° de maio - Dia bruxo da Sorveira para a deusa finlandesa Rauni.

4 de maio - Dia do Pilriteiro Sagrado na Irlanda; início do mês do Estrepeiro

5 de maio - Festa do Dragão na China

9 de maio - Festa de Ártemis na Grécia.

9,11 e 13 de maio - Lemúria em Roma, quando os espíritos errantes de familiares eram homenageados.

12 de maio - Festival de Shashti na Índia; Aranya Shashti é um deus da floresta semelhante a Pã.

15 de maio - Da de Maya, uma deusa da Lua Cheia, na Grécia.

16 de maio - Savitu-Vrata na Índia, em honra a Saravasti, Rainha do Paraíso.

19-28 de maio - Kallyntaria e Plynteria; um festival de limpeza e purificação da Primavera, em Roma e na Grécia.

23 de maio - Rosália em Roma, o festival das rosas de Flora e Vênus.

24 de maio - Nascimento de Ártemis/Diana, chamado de a Thargelia; normalmente na Lua Crescente. Uma antiga celebração grega nesse dia era a de honrar os Horae. É também a celebração das três Mães nas regiões celtas, as quais traziam prosperidade e boas colheitas

26 de maio - Dia de Chin-hua-fu-jen na China, uma deusa amazona semelhante a Diana.

26-31 de maio - Festival de Diana como deusa dos bosque silvestres em Roma

30-31 de maio - Festa da Rainha do Submundo em Roma.

Na Lua Cheia acontecia o Festival de Edfu para Hathor no Egito; na Lua Crescente sua imagem iniciava sua jornada por barcos até Edfu.



Lua dos Prados (Junho)

A Lua dos Labirintos - Chegou o momento de você lidar com tosas as suas facetas. Em vez de ficar cobrando de si mesmo "coerência" ou "lógica", aceite que você é um ser humano de múltiplos aspectos, alguns contraditórios. Dentro de você moram todas as deusas e os deuses. Procure harmonizar-se com a vaidosa Afrodite, a maternal Deméter e a ousada Ártemis. Experimente com o máximo de intensidade cada uma dessas qualidades que habitam seu ser.

Para se integrar com Afrodite, aguarde a fase cheia da Lua e prepare uma infusão com pétalas de rosa cor-de-rosa. Tome esse banho mágico ao anoitecer e mire-se nu no espelho. Admire cada curva do seu corpo e faça uma massagem, sentindo a suavidade da sua pele. Passe seu perfume favorito e vista-se com uma roupa bem bonita, acompanhada de adornos delicados. A maternal Deméter pode ser invocada por meio de fazeres domésticos. Prepare um bolo de chocolate bem gostoso e bonito, enquanto "conversa" com a deusa, que lhe trará harmonia familiar e paz doméstica. A ousadia de Ártemis pode se obtida por meio da integração com a natureza. Busque um contato maior com as plantas e os animais. Afinal, ela é a deusa da caça, e sabe que a natureza só dá aquilo que merecemos - se você respeitá-la, a deusa certamente saberá retribuir.

1-2 de junho - Em Roma, Dia de Carna, deusa da sobrevivência física, das portas e fechaduras. Syn, a deusa nórdica da inclusão e exclusão, é semelhante

2 de junho - O Shapatu, ou Sabbat, de Ishtar na Babilônia.

6 de junho - Bendídia de Bendis, deusa lunar da Trácia. Na Grécia, bolos eram deixados em encruzilhadas como oferenda a Ártemis.

14 de junho - Aniversário das Musas

16 de junho - Noite d Lágrima, Festa das Águas do Nilo, no Egito, celebrando a deusa Ísis e seus lamentos.
17 de junho - Em Roma, Ludi Piscatari, ou festival dos pescadores.

21 de junho - Solstício de Verão. Na Inglaterra, Dia de Cerridwen e seu caldeirão. Na Irlanda, dia dedicado à deusa fada Aine de Knockaine. Dia de Todas as Heras, ou mulheres Sábias. Dia do Homem Verde na Europa.

24 de junho - Dia das Lanternas em Sais, no Egito, uma celebração a Ísis e Neith.

25 de junho - Na Índia, Teej, um festival para mulheres e garotas em honra a Parvati.

27 de junho - Na Grécia, a Arretophorria, um festival de ninfas em honra à Donzela e às deusas Amazonas.

Fim de julho na Grécia: Panathenaea, em honra a Pallas Atena.



Lua do Feno (Julho)

A Lua das Sereias - A Lua de julho nos convida a despertar para a beleza e a sensualidade. Ouça o canto da sereia que a convida a penetrar nos mistérios de Afrodite, a deusa da arte, do amor e da manifestação da beleza em todas as suas formas. Para entrar em contato com a deusa, recolha na praia um punhado de conchas do mar e água de rosas. Consiga um espelho de tamanho regular, oval e com cabo. Lave-o co água de rosas e deixe-o secar naturalmente. Quando o espelho estiver seco, comece a colar as conchas em volta dele, até preencher todo o seu contorno. À noite, coloque-o para tomar o sereno da Lua e só o retire ao amanhecer. Sempre que quiser entrar em contato com a deusa, recite o seguinte encantamento: Carne, mármore, flor, Vênus, em ti eu creio. Essas palavras mágicas foram retiradas de um dos poemas do francês Arthur Rimbauld. Ao recitá-las, você estará brindando a deusa com aquilo de que ela mais gosta - beleza e arte.

4 de julho - Dia de Pax, deusa da Paz, e Concórdia, em Roma.

7-8 de julho - em Roma, o festival da mais velha entre as mulheres, Nonae Caprotinae, dedicado a Juno, a Grande Mãe.

10 de julho - Dia de Hel, ou Holde (deusa anglo-saxã e nórtica), e de Cerridwen (deusa celta)

14 de julho - O-Bon, ou festival das Lanternas no Japão; dedicado aos espíritos ancestrais.

15 de julho - Chung Yuan, ou festival dos Mortos (China)

17 de julho - Nascimento de Ísis, no Egito.

18 de julho - Nascimento de Néftis, no Egito

19 de julho - Ano Novo egípcio. Festival de Opet, ou o Casamento e Ísise Osíris no Egito. É também a celebração de Vênus e Adônis em Roma.

23 de julho - Em Roma, a Neptunália, em homenagem a Netuno, deus dos terremotos.

27 de julho - Procissão das Bruxas na Bélgica

Mês do Festival Hindu de Ganesha; conhecido como Ganesha Chaturthi, ou Chauti.



Lua do Milho (Agosto)



A Lua da Loba - A mulher que é bruxa ou o homem que é bruxo tem que saber lidar com o amadurecimento e com a velhice. Mesmo você que seja um adolescente, pensar na maturidade é um desafio importante, que precisa ser encarado na Lua da Loba, você vai aprender a reconhecer a força da maturidade. Procure passar mais tempo na companhia de pessoas que você admira. Pode ser na companhia de sua mãe, pai, uma amiga ou um amigo, uma professora, uma tia ou de seus avós. Não importa. Basta que seja uma pessoa forte, de personalidade marcante, mas ao mesmo tempo bondosa, e que tenha mais de 50 anos. Olhe bem para essa pessoa e reconheça nela as qualidades da Lua. A intuição, o amor, a inteligência que reluz nos olhos de todos os filhos da Deusa e do Deus. Pense em Diana, a senhora da caça que supera todos os obstáculos com firmeza. Banhar-se com uma infusão de alfazema e mil-folhas, ervas que trazem força, vai ajudá-lo a entrar em sintonia com a energia sutil da Lua da Loba.



1° de agosto - Festival do Pão Novo nas Regiões celtas. Entre os astecas, o festival de Xiuhtecuhtli, deus do calendário e do fogo espiritual.

1-3 de agosto - Festival das Dríades na Macedônia, um honra aos espíritos femininos da água e dos bosques.

6 de agosto - Festival de Thoth no Egito. Início do Mês dos Espíritos na China e em Singapura.

7 de agosto - No Egito, a Quebra do Nilo, dedicado a Hathor.

12 de agosto - Bênção egípcia dos barcos.

13 e 15 de agosto - Diana dos Bosques e Hécate, a Mãe Escura da Lua nos primórdios de Roma e da Grécia; Lua Cheia.

17 de agosto - Festa de Lua Cheia para Diana em Roma.

23 de agosto - Nemesea, o festival de Nêmesis (deusa do Destino) na Grécia. Em Roma, a Volcanália, festival para o deus Vulcano para proteção contra incêndios acidentais. Em Roma, a Vertumnália, em honra a Vertúmnus, deus das mudanças sasonais.

25 de agosto - Em Roma, Opseconsiva, festival da colheita em honra à deusa Ops.

26 de agosto - Dia de Festa de Ilmatar ou Luonnotar, uma deusa finlandesa.

29 de agosto - Nascimento de Hathor e Dia do Ano Novo egípcio.

30 de agosto - Festival romano de Ação de Graça, conhecido como Charisteria.

31 de agosto - Festival hindu de Anant Chaturdasi, purificação das mulheres, em honra à deusa Ananta.
A Lua Crescente marca o festival de Gauri na Índia.A Lua Crescente mais próxima do Equinócio de Outono marcava a Citua, ou Festa da Lua, entre os incas.A Lua Cheia marcava o Festival do Porco, o qual honrava a grega Deméter e a nórtica Freya.



Lua da Colheita (Setembro)

A Lua da Risada de Afrodite - A poderosa Afrodite vem nos cobrar quando fazemos mau uso do nosso corpo. Temperamental, ela afasta das pessoas que se prendem a relacionamentos insatisfatórios, baseados na hipocrisia e na falsidade, ou que se tornam escravos dos padrões convencionais de beleza e amor exigidos pela sociedade.

Para fazer as pazes com Afrodite, realize um feitiço de amor. No primeiro dia de Lua nova de setembro, despeje seu perfume favorito num caldeirão e coloque-o para ferver em fogo baixo. Quando o perfume estiver bem aquecido, apague o fogo e adicione 1/2 colher de chá de pólen de lírio, 1/2 colher de chá de canela em pó, 3 gotas de orvalho colhido de uma roseira, 1 gota de seu próprio sangue e 1 pêlo de um gato negro (não arranque do animal: pegue um pêlo que tenha caído naturalmente). Então recite o encantamento: Afrodite, senhora das seduções, aquela que ao homem dá o ardor, me traz o calor das paixões e faz de mim um templo de amor! Guarde tudo num vidro e deixe-o ao ar livre. Recolha o vidro na manhã seguinte, antes do nascer do Sol. Use essa poção quando você quiser seduzir alguém que mereça o seu amor. Se usar esse feitiço de maneira leviana, poderá cair no desagrado dos deuses.

8 de setembro - No Tibete, o Festival das Águas, honrando regato e duendes das águas.

10 de setembro - Twan Yuan Chieh, ou festival feminino da reunião, um festival lunar em honra a Ch'ang-O, na China.

13-14 de setembro - Cerimônia de Acender o Fogo no Egito, em honra a Néftis e aos espíritos dos mortos.
18 de setembro - O Chung-Chiu, ou festival chinês da Lua da Colheita, honrando a deusa lunar Ch'ang-O; aniversário da Lua. Normalmente na Lua Cheia.

19 de setembro - Em Alexandria, no Egito, um jejum de um dia em homenagem a Thoth, deus sabedoria e da magia.

21 de setembro - No Egito, Festa da Vida Divina, uma celebração em homenagem à tripla deusa como Donzela, Mãe e Anciã.

22 de setembro - Equinócio de Outono, Morte de Tiamat na Sumária.

23 de setembro - Festival de Nêmesis, deusa do Destino, na Grécia.

23 de setembro - 1° de outubro Festival sagrado Grego de Nove Dias da Grande Elusínia

27 de setembro - Choosuk, ou Festival da Lua, na Coréia do Sul e em Taiwan, o qual honra os espíritos dos mortos. Nascimento de Atena na Grécia.

30 de setembro - Festival de Têmis como governante de Delfos.

Lua Cheia: Festival de Ciuateotl, a deusa mulher serpente; astecas e toltecas. Lua Cheia: o Disirblot, ou Disablot, de Freya, marcava o início do inverno para os nórticos.



Lua de Sangue (Outubro)

A Lua da Cura - Curar-se não é apenas se livrar de uma doença. É também entrar em harmonia com seu corpo, com seus órgãos, com seu ritmo, e conservar seu organismo em equilíbrio.

O primeiro passo é o controle da respiração. Inspire e expire consciente dos seus movimentos, da entrada e saída de ar dos pulmões. Todas as noites, antes de dormir, procure visualizar seus órgãos internos. Imagine seu coração batendo, o estômago em movimentos suaves para realizar a digestão, o fígado filtrando o que é bom para seu organismo. Evite comer coisas que fazem mal, abstenha-se das bebidas alcoólicas e modere qualquer tendências a exageros. Com o tempo você vai perceber que é possível "ouvir "seu organismo, e dificilmente será vítima de uma doença inesperada. Comer uma folha fresca de sálvia todos os dias também vai ajudá-la a manter a saúde em ordem. E, para se prevenir contra contágios, faça um amuleto com um dente de alho, uma folha seca de sálvia, uma pedrinha de cânfora e nove cravos-da-índia. Carregue-o preso a roupa com um alfinete, para tê-lo sempre junto com o corpo.

7 de outubro - Ano Novo na Suméria, em honra a deusas como Ishtar e Astarte.
11-13 de outubro - A Thesmophoria, festival exclusivamente feminino em honra a Deméter e a Kore na Grécia.

12 de outubro - Fortuna Redux, uma celebração às jornadas Felizes, em Roma.

14 de outubro - Durga Puja, ou Dasain, no Nepal, Bangladesh e Índia, em honra à vitória de Grande Mãe Durga sobre o mal.

15 de outubro - Em Roma, purificação da cidade.

16 de outubro - Lakshmi Puja, ou Diwalii, o Festival das luzes, na Índia; Lakshmi.

18 de outubro - A Grande Feira dos Cornos na Inglaterra, homenageando o Deus Cornudo.

21 de outubro - Dia de Orsel ou Ursala, deusa lunar eslava.

22 de outubro - Dia dos Salgueiros, festival mesopotâmico de Belili ou Astarte.

25 de outubro - Na China, Festival de Han Lu, deusa da Lua e das Colheitas.

26 de outubro - Festival da Lua Cheia de Hathor no Egito.

Festival inca dos mortos, Ayamarca, nesse período.



Lua Azul (27 de Outubro a 1° de Novembro)*

A Lua dos Sonhos - Sonhar é receber mensagens. Sonhar é encontrar respostas. Sonhar é conversar com amigos de outros planos. Assim é o sonhar do bruxo: não um desligamento da realidade, mas uma entrada num plano superior. O verdadeiro bruxo aprende a controlar seus sonhos e a realizar viagens astrais, sendo capaz de visitar, em espírito, lugares distantes e desconhecidos.

Para despertar esse dom de sonhar, durma com um caroço de ameixa na mão esquerda. Assim, você ativará sua intuição e se tornará mais consciente do real significado dos seus sonhos. Procure, ainda, ao acordar, anotar o que você sonhou na noite anterior. Desse modo, você vai aprender a dar atenção aos seus sonhos e será capaz de interpretá-los corretamente. E a Lua dos Sonhos também ensina a não temer o contato com outras dimensões. É natural que você fique insegura e sinta-se impelido a fugir do desconhecido. Reaja e assuma a plenitude de seu poder!

28 de outubro - 2 de novembro Ísia, festival egípcio de seis dias de Ísis; celebra a busca e a recuperação de Osíris

29 de outubro - Festa dos Mortos dos iroqueses, em honra aos mortos.

30 de outubro - Angelitos no México, lembrança das almas das crianças mortas.

31 de outubro - Festival celta dos Mortos, Festa de Sekhmet e Bast no Egito. Festival outonal de Dasehra na Índia, celebrado a batalha de Rama e Kali contra o demônio Ravana.

1° de novembro - Reino da Anciã Cailleach, ou festival dos Mortos, nas regiões celtas. Dia das Banshees na Irlanda. Rito de Hel nos países da Escandinávia. Festa dos Mortos no México. O quinto dia da Ísis, o encontro de Osíris, no Egito.



Lua de Neve (Novembro)

3 de novembro - Último dia da Ísias no Egito; renascimento de Osíris.

6 de novembro - Nascimento de Tiamat na Babilônia.

8 de novembro - Fuigo Matsuri, um festival Shinto em honra a Inari ou Hattsui No Kami, Deusa do Fogão no Japão.

10 de novembro - Kali Puja na Índia, para Kali, a destruidora do mal.

9-10 de novembro - Noite de Nicnevin na Escócia.

11 de novembro - Festa dos Einheriar (Guerreiros Vencidos), nórtica.

15 de novembro - Shichigosan (Dia Sete-Cinco-Três) para a seguraça das crianças como essas idades no Japão. Na Índia, Dia das Crianças. Em Roma, Ferônia para a deusa das florestas e da fertilidade.
16 de novembro - Noite de Hécate na Grécia; inicia no crepúsculo, Festival de Bast no Egito.

24 de novembro - Festa de Queima das Lanternas no Egito para Ísis e Osíris.

27 de novembro - Dia de Parvati-Devi, a Deusa Tríplice que se partia em Sarasvati, Lakshmi e Kali, ou as Três Mães.

30 de novembro - Dia de Hécate das Encruzilhadas na Grécia, na Lua Nova. Skadi entre os nórticos. Dia de Mawu, criadora africana do Universo e partir do caos.



Lua Fria (Dezembro)

A Lua de Contar as Bênçãos - Ao chegar na décima-segunda Lua. você vai enumerar todas as coisas boas que lhe aconteceram no decorrer do ano. Examine sua vida e verifique os efeitos de todos os rituais realizados. Veja se você alcançou seu objetivo de se tornar uma pessoa mais completa. Lembre-se de que um bruxo está integrado à natureza, ama as plantas e os animais, respeita seus semelhantes e convive em harmonia com todos que o cercam. Se você estiver assim, feliz, bonito e satisfeito, é sinal de que seu trabalho foi bem-sucedido. Se ainda não chegou ao ponto desejado, insista, pois a magia requer paciência. E, no última dia do ano, agradeça à Mãe Lua, olhando para ela e recitando palavras de gratidão e amor. Agora, você e a Lua são únicos: mãe e filho, irmãos, namorados, companheiros, cúmplices de feitiços e momentos de magia. Sinta essa força e nunca desista da sua caminhada.

1° de dezembro - Dia de Pallas Atena/Minerva na Grécia e em Roma.

3 de dezembro - Festa romana da Bona Dea (A Boa Deusa), deidade da justiça.

8 de dezembro - Festival de Ixchel entre os maias. Festival de Neith no Egito. Astraea entre os Gregos, para a deusa Astraea, deidade da justiça.

10 de dezembro - Festival de Lux Mundi (Luz do Mundo), em honra à deusa romana Liberdade.

13 de dezembro - Dia de Sta. Lucia na Suécia.

17-23 de dezembro - Saturnália em Roma.

19 de dezembro - Opalia, para Ops, em Roma; sucesso e fertilidade. Pongol na Índia; festival hindu do Solstício para Sarasvati.

21 de dezembro - Solstício de Inverno. Festival celta das estrelas. Retorno de Osíris para Ísis no Egito.

23 de dezembro - Dia de Hathor no Egito. Noite das Lanternas, ou sepultamento final de Osíris, no Egito.

24 de dezembro - Modresnach, ou Noite da Mãe entre os anglo-saxões. Noite das Mães na Alemanha.

25 de dezembro - Fim da Saturnália em Roma. Dia das Geniae na Grécia; Atena também é honrada. Celebração de Artarte nos países semitas.

26 de dezembro - Nascimento de Hórus no Egito.

27 de dezembro - Nascimento de Freya nórtica.

31 de dezembro - Dia de Hécade em Roma. Dia da Sorte de Sekhmet no Egito. Norns na Escandinávia. Fadas de Van em Gales. Hogmanay na Escócia; expulsão de maus espíritos através do uso de adereços como peles e chifres. Na Sicília, festa de Strenia, deusa dos presentes. Na França, Dame Abonde, por presentes. Noite dos Desejos no México.



I. RITO DE ADORAÇÃO E INVOCAÇÃO A MÃE LUA.



O Ritual da Lua Cheia é um forte, que nos coloca em sintonia com as Deusas

Você vai precisar:

- duas velas brancas - um sino - vinho - Uma Taça

Trace o Círculo Mágico. De frente ao seu altar diga:

“ESTA É A ÉPOCA DA LUA CHEIA, UM MOMENTO DE GRANDE PODER POSITIVO, UM MOMENTO DE FELICIDADE E CONQUISTA.

SOU EU, SEU FILHO, QUE EM AMOR E ADORAÇÃO, ESTOU DIANTE DE TI E COMO SEU FILHO TI PEÇO QUE ESTEJA COMIGO AGORA E SEMPRE

PERMITA-ME SENTIR SUA PRESENÇA, NESTA NOITE DE MAGIA E PODER, ME INVADINDO E ME PREENCHENDO. "

Vá ao leste com o sino. toque-o uma vez e diga:

“PODERES DO AR, AUXILIEM-ME A SENTIR A FORÇA DA SENHORA DENTRO DE MINHA MENTE. "

Vá ao sul. toque-o sino e diga

"PODERES DO FOGO, DEIXE-ME SENTIR A FORÇA DA SENHORA DENTRO DE MEU ESPÍRITO INFINITO. "

Vá ao oeste. toque o sino e diga:

"PODERES DA ÁGUA, DEIXE-ME SENTIR A FORÇA DA SENHORA DENTRO DE MEUS SENTIMENTOS, DE MINHAS EMOÇÕES, DE MINHAS RAZÕES. "

Vá ao norte. Toque o sino e diga:

"PODERES DA TERRA, DEIXE-ME SENTIR A FORÇA DA SENHORA EM MEU CORPO. "

Quando você se sentir pronto, volte-se para o norte, levante os braços para o alto acima da cabeça e diga com força:

"GRANDE MÃE! SENHORA DA LUA E DA LUZ, SEHORA DOS MISTÉRIOS E DA MAGIA, TU, QUE ILUMINAS A TERRA COM TUA INFINITA LUZ TU, E SOMENTE TU, ÉS O COMEÇO O MEIO E O FIM, ABRIGA-ME AGORA EM TEU VENTRE VENHA ATÉ MIM E PREENCHA-ME COM SUA PRESENÇA.”

Após ter dito isto, sente-se no meio do círculo, feche os olhos e concentre-se, centre-se e visualize a Grande Mãe vindo até você. Sinta a presença dela, a ponto de senti-la respirar cada vez mais próximo de você

Quando conseguir sentir a respiração dela próximo de você, então você estará pronto para confidenciar-lhe seus desejos, seus medos e tudo aquilo que quiser desabafar.

Quando terminar, diga:

"A TI, E SOMENTE A TI, DOU TODA HONRA E TODO MEU AMOR. DEUSA DA VIDA, DA LUZ E DO AMOR A TI DEUSA DE TODOS OS DEUSES...

Erga a taça com o vinho e diga:

“BRINDO A ALEGRIA DE SER SEU FILHO! "

Desfaça o Círculo Mágico.

(Extraído do livro de Scott Cunningham – Guia Essencial da Bruxa Solitária)

http://www.publipt.com/pages/index.php?refid=joeltondalmasio

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

FRÉYA,DEUSA DO AMOR E DA SEXUALIDADE

RÉYA, DEUSA DO AMOR E DA SEXUALIDADE

Os europeus do norte chamaram sua Deusa sensual de Fréya, que significa "concubina" e deram seu nome para o sexto dia da semana, a Sexta-feira, ou "Friday". Ela era a regente ancestral dos deuses mais velhos, ou Vanir e irmã de Fricka.
Fréya era a mais bela e querida entre todas as Deusas, que na Alemanha era identificada com Frigga. Ela nasceu em Vaneheim, também era conhecida como Vana, a Deusa dos Vanes, ou como Vanebride.
Quando Fréya chegou a Asgard, os Deuses caíram apaixonados por sua beleza e elegância que lhe concederam o reino de Folkvang e o Grande Palácio de Sessrymnir, onde a Deusa podia acomodar todos os seus admiradores e os espíritos dos guerreiros mortos nas batalhas.
Fréya era filha de Njörd (Deus do Mar) e da giganta Skadi (Senhora dos Invernos e Caçadora das Montanhas). Tinha como irmão Freyr, que era o deus da paz e da prosperidade. Pertencia a raça dos Vanes.
Fréya e Frigga são consideradas dois aspectos da Grande Deusa.
Fréya é o aspecto donzela e Frigga o aspecto materno.

AS UNIÕES DE FRÉYA

Fréya por ser tão bonita, despertou o amor de Deuses, Gigantes e Gnomos e todos tiveram a sua vez, para tentar obtê-la como esposa. Porém, Fréya desdenhou os feios Gigantes, e inclusive rechaçou a Thrym quando Loki e Thor a obrigaram a aceitá-lo como marido. Entretanto, não era tão inflexível quando tratava-se dos Deuses, pois como personificação da Terra, desposou: Odin (o Céu), Freyr (o irmão que representa a chuva fertilizante), Odur (a luz do Sol), entre outros.
Teve muitos maridos e amantes, que aparentemente mereceu as acusações de Loki de ser muito volúvel, pois havia amado e casado com muitos Deuses.

O COLAR MÁGICO E O MANTO

Como Deusa da Beleza, Fréya, igual a todas as mulheres, era apaixonada por vestidos e jóias preciosas. Um dia, enquanto se encontrava em Svartalfrein, o reino debaixo da terra, viu quatro gnomos fabricando um belo colar. Quando a Deusa o viu pela primeira vez, decidiu que deveria ser seu, mas os gnomos não o queriam vender. No entanto, eles a presenteariam com o colar se ela passasse uma noite com cada um deles. Sem hesitar, Freya concordou e tornou-se proprietária de Brinsingamen (colar), um poderoso equilíbrio da Serpente Midgard e um símbolo de fertilidade. Tais atributos correspondem à Lua Cheia.
O colar mágico que Freya usava foi obra dos artesões conhecidos como Brisings: Allfrigg, Dvalin, Berling e Grerr.
A inveja e a cobiça de Odin por tal jóia e pelo meio através do qual Fréya a obteve o levou a ordenar ao deus gigante Loki que roubasse o colar. Para recuperá-lo, Fréya deveria concordar com uma obscura ordem de Odin: deveria incitar a guerra entre reis e grandes exércitos para depois reencarnar os guerreiros mortos para que lutassem novamente.
Fréya também era orgulhosa proprietária de um manto de plumas de falcão. Quando Fréya aparecia envolta em seu manto de plumas de falcão e não usando nada a não ser seu colar mágico de âmbar, ninguém podia resistir a ela. O manto de penas, lhe permitia voar entre os mundos. Já o colar mágico da Deusa, tinha o dom de fazer desaparecer os sentimentos dolorosos. Este colar se rompeu uma vez, segundo uma lenda, por ira da Deusa ao tomar conhecimento de que um gigante havia roubado o martelo de Thor e pedia sua mão para devolver a arma do Deus do Trovão.

RAINHA DAS VALQUÍRIAS

Com o nome de Valfreya comandava as Valquírias nos campos de batalha, reclamando para si, metade dos heróis mortos. Era representada portando escudo e lança, estando somente a metade inferior de seu corpo vestida com o atavio solto habitual das mulheres.
Fréya transportava os mortos eleitos até Folkvang, onde ram devidamente agasalhados. Ali eram bem-vindas também, todas as donzelas puras e as esposas dos chefes, para que pudessem desfrutar da companhia de seus amantes e esposos depois da morte.
Os encantos e prazeres de sua morada eram tão encantadores e sedutores que as as mulheres nórdicas, as vezes, corriam para o meio da batalha quando seus amados eram mortos, com a esperança de terem a mesma sorte, ou deixavam-se cair sobre suas espadas, ou ainda, ardiam voluntariamente na mesma pira funerária em que queimavam os restos de seus amados.

Muito embora, Fréya seja regente da morte, Rainha das Valquírias, as condutoras das almas dos mortos em combate, ela não era uma Deusa atemorizadora, pois sua essência era o poder do amor e da sexualidade, embelezando e enriquecendo a vida. Ela era ainda, a única que cultivava as maçãs douradas de que se alimentavam os deuses lhes conferindo a graça da juventude eterna.
Como acreditava-se que Fréya escutava a oração dos apaixonados, esses sempre a invocavam e era costume compor canções de amor em sua honra, as quais eram cantadas em ocasiões festivas. Na Alemanha, seu nome era usado com o significado do verbo "cortejar". Este aspecto da Deusa, também conhecida como líder das Valquírias, a conecta à Lua Nova.

DEUSA-XAMÃ

É considerada ainda, a Deusa da magia e da adivinhação. Ela era quem iniciava os deuses na arte da magia.
A magia de Freya era xamanística por natureza, como indica seu vestido ou manto de pele de falcão, que permitia que se transformasse em um pássaro, viajasse para qualquer dos mundos e retornasse com profecias. A Deusa, aliás, emprestou a Loki a sua plumagem de falcão para que ele fosse libertar Idunn, a Deusa Guardiã da Maçã da Juventude, raptada pelo gigante Thjazi, metamorfoseado em águia.
Os xamãs atuais julgam tal habilidade de efetuar viagens astrais como necessárias para a previsão do futuro e para obter sabedoria. Entre os nórdicos, esta habilidade presenteada por Freya, era chamada Seidhr.

ENCANTAMENTO SEIDHR

Seidhr era uma forma mística de magia, transe e adivinhação primariamente feminina. Apesar da tradição rezar que as runas teriam se originado de Freya, e que fossem utilizadas por suas sacerdotisas, a maior parte de Seidhr envolvia a prática de transmutação, viagem do corpo astral através dos Nove Mundos, magia sexual, cura, maldição e outras técnicas. Suas praticantes chamadas Volvas ou às vezes Seidkona, eram sacerdotisas de Freya. Enquanto uma volva entrava em transe, outras sacerdotisas entoavam canções especiais, chamadas "galdr". Era o uso do canto conjugado com a repetição de poesias que era criado o estado alterado de consciência.
As volvas podiam inclusive entrar em contato com elfos e duendes. Eram consultadas pelo povo sobre todos os tipos de problemas.
As Volvas moviam-se livremente de um clã ao outro. Elas não costumavam se casar, apesar de possuírem muitos amantes. Essas mulheres portavam cajados com uma ponteira de bronze e usavam capas, capuzes e luvas de pele de animais.
As mulheres pareciam ser as únicas praticantes do Seidhr de Freya, pois esse era um ritual-erótico reservado as mulheres. Isso implica que esse prática datasse provavelmente de época anterior à formação dos dogmas paternalistas e, portanto, sem dúvida, de antes da androcratização dos mitos (os anos, divindades da Fertilidade e da Proteção, são sobreviventes dessa época).
Entretanto, existem vestígios em poemas e prosas de que Seidhr fosse também praticado por homens vestidos com roupas de mulheres. Odin, por exemplo, é a única deidade masculina listada nos mitos a ter praticado este tipo de magia, como iniciado de Freya. Vestir-se com roupas de sexo oposto é uma tradição realmente antiga que tem suas raízes na crença de que um homem deve espiritualmente transformar-se em uma mulher para servir a Deusa.

FRÉYA E ODUR

Fréya, como personificação da Terra, casou-se com Odur, o símbolo do Sol de verão, a quem ela amava muito e com o qual teve duas filhas: Hnoss e Gersimi. Essas donzelas eram tão formosas que todas as coisas belas eram batizadas com seus nomes.
Enquanto Odur permaneceu ao seu lado, Fréya sempre estava sorridente e era completamente feliz. Porém, cansado da vida sedentária, Odur abandonou seu lar subitamente e se dedicou a vagar pelo mundo. Fréya, triste e abandonada, chorou copiosamente e suas lágrimas caiam sobre as pedras abrandando-as. Se dizia inclusive, que chegaram a introduzir-se no centro das pedras, onde se transformavam em ouro. Outras lágrimas cairam no mar e foram transformadas em âmbar.
Cansada da sua condição de viúva de marido vivo e desejosa de ter Odur novemente em seus braços, Fréya resolveu empreender finalmente sua busca, atravessando terras, ficou conhecida por diferentes nome como Mardel ("Luz sobre o Mar"), Horn ("Mulher linho"), Gefn ("A Generosa"), Syr ("A Porca"), Skialf e Thrung, interrogando a todos que se encontravam a um passo, sobre o paradeiro de seu marido e derramando tantas lágrimas que em toda a parte o ouro era visto sobre a Terra.
Muito longe, ao sul, Fréya encontrou finalmente Odur, debaixo de uma florescente laranjeira, árvore prometida aos apaixonados.

De mãos dadas, Odur e Fréya empreenderam o caminho de volta para casa e à luz de tanta felicidade, as ervas cresceram verdes, as flores brotaram, os pássaros cantaram, pois toda a natureza era simpatizante com a alegria de Fréya como se afligia quando se encontrava triste.
As mais belas plantas e flores do Norte eram chamadas de cabelos de Fréya, as gotas de orvalho de olho de Fréya. Também dizia-se que a Deusa tinha um afeto especial pelas fadas, gostava de observá-las quando dançavam à luz da Lua e para elas reservava as mais delicadas flores e o mais doce dos mel.
Odur, o marido de Fréya, era considerado a personificação do Sol e também um símbolo da paixão e dos embriagantes prazeres do amor, por isso, esse povo antigo, declarava que não era de estranhar que sua esposa não conseguira ser feliz sem ele.
Esta Deusa era também, protetora do matrimônio e dos recém-nascidos.

DEUSA DA FERTILIDADE E DOS GATOS

Fréya, Deusa da Fertilidade, da Guerra e da Riqueza, viveu em Folkvang (campo de batalha) e possuía a habilidade de voar, o que fazia com uma charrete puxada por dois gatos brancos: Bygul (cabeça de ouro) e Trjegul (árvore do âmbar dourado). Após servirem a Deusa por 7 anos, eles foram recompensados sendo transformados em bruxas, disfarçadas em gatos pretos.
Os gatos eram os animais favoritos da Deusa Fréya,considerados símbolos de carinho e sensualidade, ou da personificação da fertilidade.
Freya é portanto, uma Deusa associada aos gatos, tal qual a egípcia Bast e à grega Àrtemis Além disso, tinha poderes de se transmutar e era a Sábia que inspirou toda a poesia sagrada. Mulheres sábias, videntes, senhoras das runas e curandeiras estavam intimamente conectadas com Freya, pois só ela era a Deusa da magia, bruxaria e dos assuntos amorosos.
Algumas vezes, foi representada conduzindo junto com o irmão Freyr uma carruagem conduzida por uma javali de cerdas de ouro, espalhando, com suas mãos pródigas, frutas e flores para alegrar os corações da humanidade.

FRÉYA, A DEUSA-JAVALI

Como Deusa da Batalha, Fréya montava um javali chamado de Hildisvín. O sobrenome de Fréya era "Syr", que significa "porca".
O javali tem associações especiais dentro da mitologia nórdica. Como Deusa-Javali, ou Deusa-Porca Fréya está associada entre os nórdicos como entre os germanos e os celtas, a práticas sexuais proibidas (em particular o incesto entre irmão e irmã, representado pelo par Freyr-Fréya), muitas vezes ligadas às celebrações da primavera e da renovação: durante essa cerimônia realizava-se o acasalamento ritual de um sacerdote com uma sacerdotisa, considerados como o Senhor Freyr e a Senhora Fréya. Esse rito sexual, do qual existia uma equivalência entre os celtas, sobreviveu, principalmente na Inglaterra, na forma, muito atenuada, de coroar um rei e uma rainha de Mai (a tradição dos mais, dos trimazos ou da árvore de mai, corrente na França ainda há não muito tempo, teve origem semelhante).
O javali era também o animal sagrado de Freyr, o Deus fálico da Fertilidade e era sacrificado à ele como oferenda no ano novo, de modo a garantir prosperidade nos doze meses seguintes. Daí surgiu o costume, que chegou até nossos dias, de comermos carne de porco na virada do ano.
O costume da cabeça de javali ou porco na mesa de Natal, com uma maçã à boca, também remonta diretamente aos ritos consagrados a Freyr. Sacrificava-se a ele um porco ou javali por ocasião do "Feöblot" ("sacrifício a Freyr"), que se realizava durante o "Jul" (ciclo de doze dias no solstício de inverno), porque o Deus tinha como atributo um javali de cerdas de ouro, chamado Gullinbursti, o qual também lhe servia, ocasionalmente, de montaria.
O javali, na mitologia celta, é símbolo do poder espiritual inacessível e foi perseguido por Artur, que representava o poder temporal e guerreiro.

A HISTÓRIA DE FRÉYA E OTTAR

Os nórdicos não só invocavam Fréya para obter êxito no amor, prosperidade e crescimento, mas sim também, em certas ocasiões, para obter ajuda e proteção. Ela concedia à todos que a serviam fielmente, como aparece na história de Ottar e Angantyr, dois homens que, após discutirem durante algum tempo direitos de propriedade, expuseram sua disputa ante os Deuses. A assembléia popular decretou que o homem que pudesse provar a descendência de estirpe mais nobre e mais extensa, seria declarado vencedor, sendo designado um dia especial para ser investigada a genealogia de cada demandante.



Ottar, incapaz de recordar o nome de seus antepassados, ofereceu sacrifício a Fréya, rogando por sua ajuda. A Deusa escutou indulgentemente sua oração e, aparecendo diante dele, o transformou em um javali e sobre o seu lombo cavalgou até a morada da feiticeira Hyndla, uma célebre bruxa. Com ameaças e súplicas, Fréya exigiu que a anciã traçasse a genealogia de Ottar até Odin e nomeasse cada indivíduo por seu nome, com o resumo de suas façanhas. Então, temendo pela memória de seu devoto, Fréya também exigiu a Hundla que preparasse uma poção de recordação, a qual deu a ele para beber.
Assim preparada, Ottar apresentou-se ante a assembléia no dia marcado e com facilidade recitou sua linhagem, nominado os muitos mais antepassados de que Angantyr pode recordar, por isso foi facilmente recompensado com a garantia de posse da propriedade em questão.

DEUSA-LÍDER DAS DISIR

Dentro das tradições dos antigos povos nórdicos, a Deusa Fréya era uma das líderes dentro do matriarcado das Deusas, o que lhe rendia vários cultos, principalmente na Suécia e na Noruega, onde era venerada como a "Grande Dis".
O Disirblot, era um festival celebrado anualmente no início de inverno nórdico em honra a Deusa Fréya e as Disir. Durante a comemoração era servido cerveja, porco, maçãs e cevada.
Todos os festivais nórdicos eram denominados de "blots" e contava com o comparecimento de toda a comunidade.
Seu culto tinha caráter erótico e orgiástico, associado sempre com a luxúria, o amor e a beleza.
As ancestrais femininas Disir eram descritas como nove mulheres vestidas de preto ou branco, carregando espadas. Nove é um número lunar e é considerado pelos nórdicos como um dos mais misteriosos e sagrados números. As Disir estão também associadas as Valquírias e as Norns. Elas traziam sorte, mas também eram famosas por suas adivinhações, principalmente quando envolvia justiça cármica.
Conectar-se com as Disir é muito eficaz para aumento de auto-estima e poder pessoal. Todos os rituais de invocação dessas sacerdotisas devem ser realizados na lua cheia.
Os templos dedicados a Deusa Fréya eram muito numerosos e foram mantidos durante muito tempo por seus devotos, o último em Magdeburgo, na Alemanha, foi destruído por ordem do Imperador Carlos Magno.

CULTO À FREYA

Era costume serem realizadas ocasiões solenes ou festivais para beber e honrar a Deusa Fréya junto com outros Deuses, mas com o advento do cristianismo se introduziu no Norte, iguais comemorações foram transladadas para a Virgem ou a Santa Gerturdes. A mesma Fréya, como todas as divindades pagãs, foi declarada como demônio ou uma bruxa e desterrada aos picos das montanhas norueguesas, suecas e alemãs. Como a andorinha, o cuco e o gato era umm animais sagrados para Fréya nos tempos pagãos, acreditou-se que essas criaturas tinham qualidades demoníacas,e inclusive nos dias atuais se representa as bruxas com gatos pretos ao seu lado.

ARQUÉTIPO DA TERRA

FRÉYA como arquétipo da Terra é a "Mãe Escura" que através de seu útero cria todas as coisas vivas. Já na qualidade de "Mãe Terrível", ela devora tudo que nasce de volta para o seu ventre.
Seu útero de morte é um estômago devorador de carne humana, o escuro abismo de tudo que vive. É o sangue do guerreiro que a alimenta e é por isso, que a Deusa exige oferendas de sangue vivo para ser saciada.
Os instintos de agressão e sexualidade, o amor e a morte, estão todos inseparavelmente unidos a Deusa Fréya. Isso porque, a fecundidade dos seres vivos está baseada no instinto que os impele ao sexo, mas toda a vida também depende do alimento e esse, do ato de dominar e devorar a presa.
De igual forma, a psique humana, quando projeta-se para o inconsciente, encontrará nele a unidade de um útero escuro (a terra interior), no qual criaturas se devoram e se geram. A terra está viva dentro do inconsciente do homem e é a Grande Mãe, em oposição ao princípio masculino patriarcal.
O simbolismo matriarcal é perigosamente pagão aos olhos do patriarcado, pois a terra foi amaldiçoada como sendo a quintessência do mal, pelo mundo patriarcal, dominado pelo Céu. O patriarcado despedaçou a humanidade, tornando-a uma parte superior e outra inferior, não deixando margem para reconciliação entre ambas.
A visão patriarcal tentou varrer de volta para o útero (inconsciente), todo o elemento titânico do mundo matriarcal e acredita que teria vencido esse dragão colocando o pé sobre sua cabeça. Entretanto, mesmo assim a humanidade seguiu matando e assassinando, entregue ao próprio inconsciente, encontrando desculpas e justificativas sagradas para tais feitos. Dessa vez, não foram as Deusas, mas sim o Deus único e Todo-Poderoso que exigiu essas ações. As guerras travadas nesses casos, foram então consideradas guerras santas.
A grande verdade é que não necessitamos de ilusões enganadoras para percebermos os instintos agressivos de dentro de nós. O correto é não culpar Deusas ou Deus e reconhecermos essa força impulsionadora em nós como algo esmagador, que ainda não foi descoberta a cura, mas que é uma doença, que nada tem a ver com "sagrada".
A submissão à escuridão, a aceitação dos aspectos negativos de "anima" (princípios femininos) e "animus" (princípios masculinos), a sensibilidade e o instinto perante à natureza e a assimilação do inconsciente no sentido da integração da personalidade, são algumas das expressões mais significativas para o desenvolvimento psíquico do homem atual.
A nossa Terra Interior é antes de tudo, uma Terra criativa, que não apenas produz e engole a vida, mas que também transforma, porque permite que tudo aquilo que morreu seja ressuscitado e trás para o exterior o mais elevado.

ENCONTRANDO-SE COM FRÉYA

Fréya chega em nossas vidas para ajudar-nos a respeitar nossa sexualidade. Está mais que na hora de você se ligar a esta energia vital, primordial e revigorante e expressá-la, tenha ou não parceiro.
Trata-se de estar plenamente presente no corpo e sentir a energia vibrante e elétrica de seus órgãos sexuais e usá-la para animar todo o seu ser.
Você tem medo de sua sexualidade? As advertências que recebeu na infância e adolescência a impedem de explorá-la? Você acha que o sexo exige parceiro e que, se não estiver com alguém, não pode desfrutar sua sexualidade? Fréya diz que quando se vive a sexualidade, todos nós nos abrimos para a energia dinâmica que flui em toda a criação. Quando você a exclui, limita suas possibilidades de entrar em contato com a energia da Deusa, que lhe trará mais vitalidade. No caminho à totalidade devem ser incluídos todos os aspectos, mas principalmente a sexualidade.

RITUAL DE AMOR COM OS ELEMENTOS


Comece este ritual em pé, ao ar livre e onde não possa ser perturbada. Feche os olhos, inspire e expire profundamente, desapegando-se de tudo o que for necessário. Faça outra inspiração profunda e demorada.
Visualize então um círculo. Vá para o leste. O leste é o lugar do elemento ar. Com suas próprias palavras convide o ar para brincar com você. Sinta-o acariciar a sua pele, tocando-a suavemente. Entregue o corpo às sensações que surgirem. Deixe que o prazer se expanda para todo o corpo. Não tenha pressa, fique deste modo o tempo que desejar.
Agora vá para o sul, o lugar do fogo. Convide o fogo para brincar com você. Sinta o calor do sol e a vibração deste calor em sua pele. Sentirá então, o calor espalhar-se por todo seu corpo. Inspire e sinta a delícia provocada pelo calor do sol e deixe-se irradiar como fogo. Não se apresse, vivencie tudo com muita calma.
Vá para o oeste, o lugar da água. Convide-a para brincar com você. Sinta a água escorrer por sua pele, acariciando-a com sua umidade. Sinta o prazer que ela lhe proporciona. Deixe a água envolvê-la. Inspire a sensação da água. Não se apresse.
Vá para o norte, o lugar da terra. Convide-a para brincar com você. Pegue a lama e espalhe por seu corpo com respeito, com apreço, respeitando a intenção de proporcionar sensações agradáveis. Espalhe uma camada farta do amor que a terra tem por você em seu corpo. Aproveite este momento. Não hesite em vivenciar tudo o que vier à tona.
Agora inspire toda a energia que criou durante o seu relacionamento amoroso com os elementos. Saiba que é você que está no comando de sua sexualidade e, somente você é responsável por atender às suas necessidades.
Quando estiver pronta, respire fundo e abra os olhos. Volte para o aqui e agora e agradeça a Fréya pela dádiva desta experiência.

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto





Bibliografia Consultada:



O Novo Despertar da Deusa - Shirley Nicholson

Os Mistérios da Mulher - M. Esther Harding

A Grande Mãe - Erich Neumann

O Anuário da Grande Mãe - Mirella Faur

Os Mistérios Wiccanos - Raven Grimassi

Livro Mágico da Lua - D.J. Conway

O Medo do Feminino - Erich Neumann

O Livro de Ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch

Mitos Paralelos - J. F. Bierlein

Consciência Solar, Consciência Lunar - Murray Stein

O Caminho para a Iniciação Feminina - Sylvia B. Perera

Rastreando os Deuses - James Hollis

O Amor Mágico - Laurie Cabot e Tom Cowan

El Libro de Las Diosas - Roni Jay

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Que é Neopaganismo
Um movimento religioso/espiritualista/ecológico que vem crescendo consideravelmente nos últimos
anos por todo o mundo, e principalmente nos Estados Unidos. Com certeza você já tem uma idéia
fundamentada sobre a palavra. Se vieram à sua cabeça expressões como "não batizado", "satanista",
e "anti-Cristo", isto é sinal de que você chegou aqui na hora certa. Esqueça todos esses conceitos da
aula de Crisma...a palavra Pagão vem do latim Paganus, que quer dizer "aquele que vive no
campo", ou "aquele que vive do campo". Chamamos de povos Pagãos, aqueles que na Antigüidade
tinham nos campos e plantações seu sustento, a base de sua vida. A Terra era, portanto, sagrada para
eles. Toda a sua cultura e religião girava em torno da Natureza: a época das colheitas, as estações,
os Solstícios, etc.
Muitos dos povos Pagãos eram politeístas, atribuindo aos deuses, faces da Natureza com que
conviviam. Assim, havia o deus do Sol, a deusa da Lua. o deus da caça, a deusa da fertilidade, etc.
Foram Pagãos os povos Gregos, Romanos e Celtas, por exemplo. Uma característica muito
marcante da religião Pagã é a existência de deuses e deusas, às vezes com igual poder, e muitas
vezes tendo-se a figura feminina como dominante.
Tomemos os povos Celtas por exemplo. Antes de serem influenciados pelo Cristianismo, sua
cultura era totalmente matriarcal. As cerimônias religiosas eram conduzidas por sacerdotisas, a
medicina era praticada pelas curandeiras, as decisões tomadas pelas Sonhadoras, e o deus não
passava do Consorte da Deusa, a Grande Mãe. Como religião, o Paganismo busca, portanto, o
equilíbrio, o casamento perfeito entre masculino e feminino, tanto no mundo exterior como dentro
de cada indivíduo.
O Neopaganismo busca reviver o modo de vida desses povos. Paganismo porque retoma suas
crenças a práticas, e Neo, porque tem que se adaptar ao novo modo de produção Capitalista, e
muitas vezes à vida urbana. Milhares de pessoas em todo o mundo passam a olhar para a Lua de
uma maneira diferente, e a celebrar as estações mais uma vez. As árvores voltam a ser sagradas, e as
fogueiras da Primavera são reacesas. Ser Neopagão é estar na Terra, e tê-la dentro de si mesmo.
"Let the Truth be Heard"
We are not evil.
We don't harm or seduce people.
We are not dangerous.
We are ordinary people like you.
We have families, jobs, hopes, and dreams.
We are not a cult.
This religion is not a joke.
We are not what you think we are from looking at T.V.
We are real.
We laugh, we cry.
We are serious.
We have a sense of humor.
You don't have to be afraid of us.
We don't want to convert you.
And please don't try to convert us.
Just give us the same right we give you - to live in peace.
We are much more similar to you than you think.
-Margot Adler-
Religiões Neopagãs
Há hoje no mundo um número razoavelmente grande de religiões Neopagãs, sendo uma das
maiores a denominada Wicca. Wicca corresponde a Bruxaria, a Arte dos Sábios, ou simplesmente A
Arte (The Craft). A palavra Wicca vem do Inglês arcaico, e quer dizer Pessoa Sábia (Wise One).
Bruxos e Bruxas no mundo todo tornam-se cada vez mais evidentes, e saem do ‘armário das
vassouras' cada vez com mais freqüência e facilidade.
O principal lema da Bruxaria é 'An it Harms None, Do as You Will, ou seja, desde que não
prejudiques ninguém, faças como quiseres. Nós da bruxaria, praticamos magia, através de feitiços e
rituais, que variam de acordo com a tradição. Algumas tradições da Bruxaria são:
Gardnerian Wicca- Tradição que data de 1954 aproximadamente, fundada por Geral Gardner, um
dos primeiros Wiccanianos a se revelarem no mundo. É uma tradição ortodoxa e secretiva. Seus
rituais são sempre realizados com as pessoas nuas.
Faery Wicca - Tradição relativamente nova, que busca contato com o povo das fadas, e utiliza-se de
familiares nos rituais. É uma tradição muito bela, com alguma influência céltica e vários traços de
Xamanismo.
Stregha - Bruxaria italiana. Não conheço muito sobre esta tradição, contribuições serão bem vindas.
Há uma infinidade de outras tradições (Celtic, Cabot, Alexandrian, Dianic, etc.) e seria impossível
listar todas aqui.
Outras religiões pagãs são: Asatru, Xamanismo, etc.

DEUSA MÃE

Deusa-Mãe
O período neolítico não conhecia deuses - vigorava o matriarcado, com a Deusa-Mãe. O conceito de
paterno inexistia e a moral, a ciência e a religião ocupavam a mesma esfera. Com a instituição do
patriarcado, o cálice foi derramado através da espada, relegando o elemento feminino. Com o fim
da era de Peixes, tipicamente masculina, o reinado feminino retorna em Aquário para resgatar Sofia,
o arquétipo da Sabedoria. Assim como o Taoísmo primitivo, todas as religiões ancestrais
visualizavam o Universo como uma generosa Mãe. Nada mais natural: não é do ventre delas que
saímos? De acordo com o mito universal da Criação, tudo teria saído dela.
Entre os egípcios, era chamada de Nuit, a Noite. "Eu sou o que é, o que será e o que foi. Para os
gregos era Gaia - Mãe de tudo, inclusive de Urano, o Céu. Entretanto, ela não era apenas fonte de
vida, como também senhora da morte. O culto a Grande- Mãe era a religião mais difundida nas
sociedades primitivas. Descobertas arqueológicas realizadas em sítios neolíticos testificam a
existência de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente
Médio, onde homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há
evidências de armas ou estruturas defensivas, onde se conclui que esta era uma sociedade pacífica.
Também não há representações, em sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas
representando a natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino.
Essas esculturas também foram encontradas em Creta, datadas de 2.000 a.C. Na sociedade cretense
as mulheres exerciam as mais diversas profissões, sendo desde sacerdotisas até chefes de navio.
Platão conta que nesta sociedade, a última matrifocal de que se tem notícia, toda a vida era
permeada por uma ardente fé na natureza, fonte de toda a criação e harmonia. Segundo
historiadores, a passagem para o patriarcado deu-se em várias esferas. Na velha Europa, a sociedade
que cultuava a Deusa foi vítima do ataque de poderosos guerreiros orientais - os kurgans. O Cálice
foi derrubado pelo poder da Espada. Outro fator decisivo para tal transformação foi o crescimento
da população, que levou as sociedades arcaicas à "domesticação da terra". Os homens tinham que
dominar a natureza, para obrigá-la a produzir o que queriam. Com a descoberta de que o sêmen do
homem é que fecunda a mulher(acreditava-se que esta gerasse filhos sozinha), estabeleceu-se o
culto ao falo, sendo este difundido pela Europa, Egito, Grécia e Ásia, atingindo o seu ápice na Índia.
Com o advento do monoteísmo, e patriarcado - e a conseqüente dominação da mulher - o culto ao
falo estabeleceu-se em definitivo. "O monoteísmo não é apenas uma religião, é uma relação de
poder. A crença numa única divindade cria uma hierarquia - de um Deus acima dos outros, do mais
forte sobre o mais fraco, do crente sobre o não-crente."
Jeová, Deus dos Hebreus, em cujos mandamentos assentam-se as raízes da nossa civilização
judaico-cristã - é o melhor exemplo do Deus patriarcal. Ele é um Deus guerreiro, que esmaga os
inimigos do seu povo eleito com toda a sua força poderosa, esperando em troca fidelidade e
obediência aos seus mandamentos. Ele trabalha com o medo. O mito de Lilith mostra bem essa
passagem do matriarcado para o patriarcado. Recusando-se a submeter-se à Adão, tentava igualdade
com ele. "Por que devo deitar-me sob ti?" - ela questiona, e é punida por Jeová, que envia um anjo
para expulsá-la do Paraíso. Blasfemando e criando asas, numa demonstração de liberdade, Lilith
abandona o Paraíso e voa para o Mar Vermelho, onde dá início a uma dinastia de demônios. Mas
Adão fica, e sente-se só. Jeová então cria Eva, a mulher, condenada eternamente à inferioridade.
Como enunciava Santo Agostinho, a mulher não era a imagem de Deus - apenas o homem era. Ela
era, no máximo, a imagem de uma costela. Embora a personagem do Deus cristão seja bem mais
suave do que seu antecessor - o Deus de Jesus é piedoso e compreensivo, enquanto Jeová distribui
medo e castigos, na opinião de muitos a totalidade feminina encontra-se cindida na mitologia cristã:
maternidade e sexualidade. A Virgem e Maria Madalena. Nos Evangelhos Apócrifos, Madalena é
tida como líder ativa no discipulado de Cristo. O Evangelho de Felipe relata a união do homem e da
mulher como símbolo de cura e paz, e estende-se ao relacionamento de Cristo e Madalena, a
companheira do Salvador.
Contrapondo-se à figura de Madalena, a Virgem está associada apenas ao lado maternal do
feminino, estático e protetor. Sempre retratada através da Virgem, de Madalena, Hera, Ísis, Deméter,
Atena, Diana, a Lua, a Natureza, Hécate, Afrodite, Lilith e tantas outras, a figura da Deusa vem
ressurgindo, cada vez mais e com mais força.
Brigid - A Sobrevivência de uma Deusa


Eu sou Aquela
que é a mãe natural
de todas as coisas,
senhora e governante
de todos os elementos,
a descendência inicial dos mundos,
chefe dos poderes divinos,
Rainha de tudo o que há no Outro Mundo,
a principal daqueles
que habitam as alturas,
manifestada sozinha
e sob a forma
de todos os Deuses e Deusas.


Talvez uma das mais complexas e contraditórias Deusas do panteão celta, Brigid pode ser vista como a mais poderosa figura religiosa em toda a história da Irlanda. Muitas partes de tradições diversas têm se assemelhado, tornando complicados a Sua história e Seu impacto, mas permitindo que Ela sobreviva sem dificuldades pelos dos séculos. Ela tem sido bem sucedida em permanecer intacta por gerações, cumprindo diferentes papéis em tempos divergentes.

Ela foi, e continua sendo, conhecida por muitos nomes. Chamada de Bride, Bridey, Brighid, Brigit, Briggidda, Brigantia, eu estou usando o Seu nome, Brigid, aqui. Há também muitas variantes de pronúncia, todas corretas, mas, na minha mente, eu uso a pronúncia "breet".

Brigid é a padroeira tradicional da cura, poesia e do ofício dos ferreiros, todas elas sabedorias práticas e inspiradas. Sendo uma deidade solar, Seus atributos são a luz, a inspiração e todas as habilidades associadas ao fogo. Apesar d'Ela não dever ser identificada com o Sol físico, Ela é certamente benfeitora da cura interna e da energia vital.

Também conhecida como A Senhora do Manto, Ela representa o aspecto da Grande Deusa de irmã ou virgem. As deidades do panteão celta não são e nunca foram abstrações ou ficções, mas sim, inseparáveis da vida diária. Os fogos da inspiração, como demonstrado na poesia, e os fogos dos lares e das forjas, são vistos como sendo idênticos. Não há separação entre os mundos internos e externos. A tenacidade com a qual as tradições que gravitam em torno de Brigid têm sobrevivido, mesmo na santa que é a mal disfarçada Deusa, claramente indica a Sua importância.

Como a patrona da poesia, filidhecht, o equivalente à sabedoria bárdica, é a mantenedora primária da cultura e do aprendizado. A bansidhe e os filidh -Mulheres das Colinas das Fadas e a classe dos poetas-profetas, respectivamente, preservam a função poética de Brigid ao manter viva a tradição oral. É largamente acreditado que aqueles poetas que já partiram deste plano habitam os reinos entre os mundos, visitando o nosso, para que as antigas canções e histórias possam ser ouvidas e repetidas. Dessa maneira Brigid cumpre a função de prover a continuidade, nos inspirando e nos encorajando.

O papel dos ferreiros em qualquer tribo era visto como um trabalho sagrado e era associado com poderes mágicos, desde que envolvia a manipulação do elemento primordial, o Fogo, moldando metais (provenientes da Terra) através da técnica, do conhecimento e da força. Conceitos do ofício dos ferreiros estão conectados a histórias concernentes à criação do mundo, utilizando os Elementos para criar e fundir uma nova forma.

Brigid também é a Deusa dos médicos e dos curandeiros, da divinação e da profecia. Um dos Seus mais antigos nomes é Breo-saighead, que significa flecha de fogo", e no interior deste nome está o atributo de punição e justiça divina.

Três rios são nomeados em Seu nome - Brigit, Braint e Brent, na Irlanda, Gales e Inglaterra, respectivamente. Na Bretanha moderna, Ela é hoje vista como a donzela-guerreira Brigantia e venerada não apenas pela sua justiça e autoridade naquele país, mas também como a personificação da Bretanha, como pode ser visto na moeda do reino. Há uma história, que vem do século XII, em que Merlin é inspirado pela figura feminina que representa soberania da Terra da Bretanha. Ela causa as suas visões para alcançar, através da história da Bretanha, e assim é dito, os confins do sistema solar. Taliesin também descreve uma cosmologia tradicional, inspirado por Brigantia. Ela é o centro de muitos mitos heróicos, especialmente daqueles concernentes com buscas nos mundos inferiores e com o reinado sagrado. Isto parece relacioná-La com o desenvolvimento do potencial humano. No relevo em pedra da Deusa guerreira Brigantia, De Birrens, Dunfrieddhire, um sítio militar romano, Ela carrega uma lança em sua mão direita, um orbe simbolizando a vitória em sua mão esquerda e usa uma coroa. Uma cabeça de górgona adorna seu seio, um símbolo de Minerva. Ela está usando um vestido Romano. Na inscrição se lê: BRIGANTIA SAMAADVS...

Sua importante associação com a vaca, conjugada com a sua extrema necessidade na cultura e história celta, se relaciona com o festival de Imbolc. Esta celebração, que é completamente Dela, envolve fogueiras, purificação com água de fonte e a condução ao ano novo (Primavera) por uma donzela conhecida como a Rainha dos Céus. O significado de Imbolc é tão profundo que merece uma seção completa dentro de qualquer trabalho relativo à Brigid. Para compreender totalmente o significado de Imbolc é necessário entender a luta de vida-e-morte representada pelo inverno em qualquer sociedade agrária Em um mundo aquecido apenas pelo fogo, a neve, o frio e o gelo desta estação literalmente te abraçam em seus domínios, apenas suavizando com a chegada da Primavera. Apesar de o equinócio não vir ainda e a primavera ser celebrada em Ostara e Beltane, Imbolc é o seu precursor e a indicação de que melhores tempos estão vindo.

Durante os meses frios, certos assuntos tornam-se angustiantes. Há comida o suficiente para os seres humanos e para os animais? Irá a doença dizimar a tribo, especialmente no caso dos jovens, dos idosos e das mães com crianças de colo? E os animais cujas vidas são tão cruciais para nós mesmos? Uma das questões mais "quentes" diz respeito às vacas grávidas e às ovelhas, já que seu leite é usado para bebida, queijo e coalhada, que podem ser a diferença entre a vida e a morte.

Por Imbolc, estes animais terão parido seus rebentos e seu leite será abundante. Leite, para os celtas, era um alimento sagrado, equivalente à comunhão cristã. Era uma espécie de alimento ideal, devido à sua pureza e aspecto nutritivo. O leite materno era especialmente valioso, detendo poderes curativos. A vaca era o símbolo da sacralidade da maternidade, a força da vida sustentava e nutrida. Este símbolo não era uma vaca passiva dando leite, mas uma mãe ativa lutando pelo bem-estar de seus filhos. Imbolc divide o inverno no meio; os últimos meses do inverno estão partindo e a promessa da Donzela da Primavera está chegando. Este festival tornou-se nos tempos modernos Candlemas (Candelária) com o Dia de Santa Brígida e a Festa da Purificação de Maria, sendo celebrados durante este período. Esta celebração era definitivamente um festival feminino. Mulheres se reuniam para recepcionar o aspecto virginal da Deusa, encarnada por Brigid. Bolos de milho feitos da primeira e da última colheita eram feitos e distribuídos e esta prática permanece como parte da Sua celebração. Durante estes festivais Ela era comumente representada por uma boneca, vestida de branco, com um cristal sobre o Seu tórax.

Esta boneca, normalmente uma boneca de milho, era carregada em processão pelas donzelas, também vestidas de branco. Comidas como oferendas eram apresentadas à Deusa com um banquete especial, dado pelas donzelas para elas mesmas. Jovens rapazes eram convidados para este banquete com o objetivo de um acasalamento ritual, para assegurar que novas almas iriam ser trazidas para substituir aquelas perdidas durante os tempos de frio. O festival tem conexões pastorais devido à associação com a chegada do leite das ovelhas. Apesar de Brigid ser designada como uma deidade extremamente abrangente, durante Imbolc Ela é honrada em Sua capacidade como Grande Mãe.

Ela possui um status não-usual de Deusa do Sol que pendura Seu manto nos raios do Sol e cuja morada irradia luz, como se estivesse pegando fogo. Brigid se apoderou do Culto das Ovelhas, antes dedicado à Deusa Lassas, que é também uma Deusa do Sol e quem fez a transição, nas Ilhas, de Deus para santa. Desta forma, a conexão de Brigid com Imbolc é completa, já que o culto de Lassar se extinguiu, para apenas ser revivido mais tarde no santificado cristão.

Brigid transcendeu desde cedo as considerações territoriais, provendo alguma unidade entre as tribos guerreiras da Europa Ocidental e das Ilhas. Seus três filhos deram seus nomes a soldados da Gália. O culto de Brigid não existe apenas na Irlanda, mas em toda a Europa; Ela possui antiga e internacional ancestralidade, significando o seu nome "alta" ou "exaltada". Como Deusa Mãe, Brigid uniu os celtas que estava espalhados por toda a Europa. Ela era um dos aspectos com os quais todos concordavam, não importante quão díspares eles eram em localidades e tradições.

Além de ser associada aos Seus animais totêmicos, a vaca e a ovelha, Ela é também associada com o galo, arauto do novo dia, e a cobra, símbolo da regeneração. Dessa forma, ela é relacionada à Deusas da fertilidade, muitas das quais são também vistas segurando cobra e dividem com Minerva o escudo, a lança e a coroa de serpentes. Serpentes também são comuns nas jóias celtas (outro produto dos ferreiros), com muitos torcs mostrando este sinuoso símbolo de poder e divindade.

Suas histórias retém remanescentes de outras Deusas dos mundos antigos e é dito que o seu culto no local que depois se tornou o Convento de Kildare assemelhava-se ao de Minerva. Alguns dos Seus símbolos são idênticos aos da Deusa Egípcia Ísis. Seus instrumentos ornados, que são também símbolos de Minerva, foram preservados na capela de Glastonbury, junto com a Sua sacola e Seu sino, símbolos da cura. Suas cores - branco, preto e vermelho -são as de Kali e mostram aí uma antiga conexão.


Ela surgiu como uma triplicidade de irmãs, algo usual nas lendas celtas. Ela é a Filha de Dagda e Morrigham e irmã de Ogma, um Deus Solar e Criador do Ogham. Com Bres dos Fomorianos, Ela teve três filhos - Brian (Ruadan), Luchar e Uar - e as ações de Brian na Batalha de Meytura têm grande destaque na Sua evolução como Deusa da Paz e da União.

Para entender o significado dessa batalha é necessário saber um pouco sobre a tradição celta concernente à família. Matrilinear, o que significa que a ancestralidade era traçada através da linhagem da mãe mais do que através da linhagem do pai, o homem mais importante na sua vida seria o parente mais velho da sua mãe, normalmente um tio e não necessariamente um avô, já que a sua linhagem para ela poderia não existir. Todas as relações consangüíneas de importância vieram da linhagem da sua mãe. Esta ligação era tão rigorosa que os filhos das irmãs eram consideradas como irmãos mais do que como primos.

A maternidade demandava a máxima reverência. Estupro era um crime da maior severidade, sujeito aos maiores castigos e não perdoável ou sujeito a tolerância. Posteriormente, como uma Deusa que cria leis, Brigid garantiria que certos direitos da mulher fossem mantidos de alguma forma dentro da nova religião.] O casamento de Brigid com Bres foi, essencialmente, uma aliança para trazer a paz entre duas facções inimigas. Ela era dos de Danu e ele dos Fomorianos. Com o casamento, a guerra foi finalmente interrompida. Ruadan, o filho mais velho de Brigid, usou o conhecimento do ofício dos ferreiros dado a ele pela sua parente, Danu, contra os Fomorianos ao matar o seu ferreiro, uma posição sagrada dentro da tribo. Este ferreiro matou Ruadan antes de dele mesmo morrer. Dizem que as aflições e lamentações de Brigid foram as primeiras a serem ouvidas na Irlanda e que não foram apenas uma expressão de luto pela perda do Seu filho, mas também pela animosidade entre as facções maternais e paternais da família.

Isto foi visto como o começo do fim para os Antigos Caminhos. E então a história irlandesa do Pecado Original foi mais a do ato contra a família matrifocal do que a da sexualidade, já que esta traz a visão sagrada da maternidade e era vista como positiva pelos celtas.

Sua evolução de Deusa para santa ligou a tradição pagã celta e a tradição cristã da mesma forma que o Caldeirão de Cerridwen e o Sagrado Graal foram combinados nas lendas arthurianas. Ela atua como uma ponte entre dois mundos e fez a transição de volta para a Deusa com sucesso e com grande parte das Suas tradições preservadas. O culto de Santa Brígida persistiu até o começo do século XX com o Seu culto irlandês quase superando o de Maria. Ela é celebrada tanto na Irlanda quanto na Escócia.

A fim de incorporar Brigid ao culto cristão, e assim assegurar a Sua sobrevivência, Seu envolvimento na vida de Jesus tornou-se conteúdo de lenda De acordo com as histórias em "The Lives of the Saints", Brigid era a parteira presente no nascimento Dele, derramando três gotas de água na Sua testa. Isto parece ser uma versão cristianizada do antigo mito celta sobre o Filho da Luz sobre cuja cabeça três gotas de água foram derramadas para Lhe conferir sabedoria.

Mais adiante, como uma santa cristianizada, se dizia que Brigid era mãe adotiva de Jesus, sendo que a adoção era uma prática comum entre os celtas. Ela adotou a criança para salvá-La da matança dos outros meninos, supostamente instigados por Herod. Ela vestiu uma coroa de velas para iluminar o Seu caminho para um lugar seguro. Existe um evangelho apócrifo de Thomas que foi excluído da Bíblia em que ele clama que uma teia foi fiada para proteger o menino Jesus de danos e males. Esta história mantém Seu status como patrona das artes domésticas, fiando lã das Suas ovelhas, alimentando as Suas ligações como uma Deusa pastoral.

Devido às diferenças originais entre a Igreja Romana e aquela que um dia foi um tipo extremamente divergente de Cristianismo praticado nas Ilhas Ocidentais, particularmente na Irlanda, muitas das antigas deidades fizeram a transição de Deuses e Deusas para santos e santas, alguns experimentando mudanças sexuais no caminho, causadas pela Igreja.

Freqüentemente cultos pagãos mal disfarçados foram perpetuados em monastérios e conventos, os quais foram construídos em locais sagrados para o panteão celta, ou perto deles. Muitos dos grandes monastérios -Clonmacnoise, Durrow e o própria Kildare de Brigid - foram grandes centros de aprendizado e cultura, e muitas informações foram disseminadas destes locais para a Europa Ocidental. (O que é muito parecido com os grandes colégios druídicos e não é surpreendente encontrar lugares sagrados para a nova religião que foram construídos sobre os alicerces da antiga). Pensa-se que estes mosteiros mantiveram viva e preservada muito da cultura clássica na Europa durante a Idade das Trevas. Durante este período, guerras foram dizimando a população. Maria, sendo a Mãe desta nova religião, foi abraçada por mulheres que sentiam uma experiência similar a de sacrificar os seus filhos para uma maquina política e religiosa.

A Deusa Tríplice foi substituída por uma Trindade, mas os Antigos Caminhos subsistiram em seu culto. O papel de Brigid como Deusa Mãe nunca foi erradicado completamente e reaparece através de toda a Sua carreira como uma santa católica. Como Santa Brígida, há raios de luz do sol vindos da Sua cabeça, assim como é retratada como uma Deusa. Os temas do leite, fogo, Sol e serpentes seguiram-na neste caminho, dando a Ela uma popularidade sempre crescente. Compaixão, generosidade, hospitalidade, fiação e tecelagem, o ofício dos ferreiros, cura e agricultura correram através Dela várias vidas e evoluções.

Seu simbolismo como uma Deusa do Sol permanece, também, na forma da Cruz de Brigid, uma suástica que gira no sentido horário, considerada por todo o mundo como um símbolo profundo, chegando à Irlanda pelo século II a.C. e que ainda hoje é lá usada para proteger a colheita e os animais da fazenda.

Uma das histórias da Sua vida como uma santa suporta o Seu atributo original de deidade solar. Durante a Sua infância, os vizinhos correram até sua casa, pensando que ela estava pegando fogo. Essa radiância vinha da jovem santa, uma demonstração da Sua graça devida ao Espírito Santo. Uma prece à Santa Brígida pede:

Brigit, mulher sempre grandiosa,
reluzente chama dourada,
guie-nos para o Reino eterno,
o deslumbrante sol resplandecente.

Mesmo na Sua nova encarnação como uma santa católica a Sua existência anterior é afirmada. A chama eterna do Seu convento em Kildare sugere sua existência como tendo sido pagã e/ou druídica. Assume-se que o santuário em Kildare é uma sobrevivência cristã de um antigo colégio de sacerdotisas vestais que eram treinadas e depois dispersadas pelo mundo para tomar conta de fontes sagradas, assim como clareiras, cavernas e montes. Estas sacerdotisas eram originalmente comprometidas a prestarem trinta anos de serviço, mas, depois deste período, eram livres para casar e partirem. Os primeiros dez anos eram gastos em treinamento, dez em prática dos seus deveres e os dez finais em ensinar outras, o que é similar aos três graus de iniciação achados em muitas tradições.

Estas mulheres preservaram as antigas tradições, estudaram ciências, remédios de cura e, talvez, mesmo as leis do estado. Em Kildare seus deveres devem ter envolvido mais do que meramente vigiar o fogo. Este fogo perpétuo na cidade monástica era vigiado por dezenove noviças por um período de dezenove dias. No vigésimo dia, era dito para a própria Brigid manter o fogo ardendo. O local para o monastério de Kildare foi escolhido pela sua elevação e também por causa do antigo Carvalho lá achado, que se considera tão sagrado que não se permite que haja nenhuma arma perto dali. A palavra Kildare vem de "Cill dara", a Igreja do Carvalho. Toda a área era conhecida como Civitas Brigitae, "A Cidade de Brigid".

A preservação do fogo sagrado tornou-se o foco deste convento. A abadessa era considerada como sendo a reencarnação da santa e cada uma delas automaticamente tomava o nome, Brigid, como investidura. O convento foi ocupado continuamente até 1132 E.C, com cada abadessa tendo uma conexão mística com a santa e retendo o Seu nome. Neste ponto, Demor MacMurrough desejou ter uma parenta sua como abadessa. Apesar da opinião popular ser na época contra ele, suas tropas invadiram o convento e estupraram a abadessa superior com o intuito de lhe tirar o crédito.

Depois disso, Kildare perdeu muito do seu poder e os fogos foram finalmente apagados pelo Rei Henrique VIII, durante a Reforma. Durante o tempo em que o convento foi ocupado pela própria santa, ela foi da posição de Deusa-Mãe para a de Legisladora, paralelamente à Minerva, mais uma vez. Sua habilidade para se mover entre categorias é o segredo do Seu sucesso contínuo. Quando as leis foram escritas e codificadas pelo Cristianismo, Brigid apareceu largamente para assegurar que os direitos da mulher iriam ser lembrados. Essas leis foram confiadas à memória dos bretães como parte da sua extensa tradição oral.

Os Antigos Caminhos continuaram a ser praticados, apesar de não sempre abertamente e, com o fim de assegurar que o povo não iria se desviar da nova religião, muitos aspectos da antiga foram incorporadas à ela. Em manterem-se os Antigos Caminhos, não era permitido aos homens engravidar mulheres contra a sua vontade, contra aconselhamentos médicos ou contra as restrições da tribo dela. A um homem não era permitido negligenciar as necessidades sexuais da sua esposa. A lei irlandesa também favorecia extensivamente os direitos da mulher no casamento, na gravidez fora do casamento e no divórcio

Em um incidente, claramente definindo a posição da mulher nesta nova classe guerreira, uma mulher pedia à Brigid por justiça. Suas terras e propriedades estavam para serem confiscadas após a morte dos seus pais. Brigid, entretanto, determinou que era decisão da mulher defender a sua terra como uma guerreira, estando preparada para pegar em armas para proteger a sua propriedade e seu povo. Se ela decidisse não usar desse privilégio metade da sua terra deveria passar para o domínio da sua tribo. Mas, se ela escolhesse manter a terra e defendê-la militarmente, lhe seria permitido manter a terra em sua totalidade para si.

A mudança de Deusa Mãe para Mãe Virgem e daí para Virgem Santa apresentou certa dificuldade. Ainda que isso tenha assegurado a Sua sobrevivência e a emergência do Seu poder no Neo-Paganismo, a ênfase na virgindade é um forte resquício do patriarcado cristão. Ela tirou poder de outras mulheres, removendo a maternidade da sua posição sagrada na sociedade celta. Como a Mãe, Brigid mantém a tradição viva e completa, oferecendo um meio de liderança que se sustenta atravessando quaisquer circunstâncias. Na Sua característica de legisladora, seu empenho em carregar os Antigos Caminhos através de todas as dificuldades para os dias presentes tem sido bem-sucedido. O Paganismo ainda existe e numa forma que irá driblar muito bem as dificuldades presentes neste momento.

Entretanto, vendo Brigid como a donzela intocada, Sua virgindade sendo totalmente simbólica, Sua lealdade não é compromissada por fidelidade a um amante ou marido. Além do controle de qualquer tribo ou nação, Ela pode servir de mediadora para assegurar a união para o bem de todos. Ela nos protege ao andar pelo labirinto, mas também nos faz encarar a realidade por nós mesmos. Seu Fogo é a centelha viva em todos nós.

Por Winter Cymres, 1995, ilustrado por Bill Blank. 12/98

Fonte:site da OBOD (Order of Bard, Ovates and Druids)
Traduzido por Quíron, 2000.